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IMPERATRIZ - Foi realizado na noite da última segunda-feira, 19, o seminário “Consciência Negra e Direitos Humanos”, em alusão ao mês da Consciência Negra. O evento foi realizado na Universidade Federal do Maranhão, câmpus de Imperatriz, unidade Centro e foi promovido pelos cursos de Pedagogia e Licenciatura em Ciências Humanas e pelo Centro de Cultura Negra – Negro Cosme (CCN-NC).

Na programação, o seminário contou com apresentações culturais, com recital de poesias, exibição de filmes, músicas e danças. A professora Herli de Sousa Carvalho, coordenadora do curso de Pedagogia, explica o objetivo do evento. “Hoje, discutir a consciência negra e os direitos humanos é pensar a consciência não apenas nossa, que já estamos na militância, mas das pessoas que estão sob nossa responsabilidade nesse processo de formação. Então, nós temos aqui pessoas que estão fazendo essa discussão sobre como a gente se percebe dentro desse processo de consciência negra, se autoidentificando e reconhecendo sua ancestralidade”, destaca.

O seminário contou com a apresentação do Grupo Afixerê, do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos – Carmen Bascaran, de Açailândia, que apresentou o espetáculo de dança africana “Gira pelo Mundo”. O dançarino da companhia de dança Laerdson Bezerra comentou sobre a importância da arte como movimento de autoafirmação e resistência. “Nosso lema é dançar em forma de respeito porque muita gente é racista e não tolera o negro. E nós, através da dança, apesar de sofrer preconceitos, tentamos quebrar esse paradigma e abrir a mente das pessoas para dizer que estamos ali para lutar e resistir”, afirma.

O jornalista e membro do Centro de Cultura Negra – Negro Cosme, Domingos de Almeida, participou do painel durante o seminário e ressalta a importância de trazer a discussão sobre a consciência negra. “Muitas pessoas colocam a questão de que é necessário discutir apenas a consciência humana, só que a gente sabe que foi a consciência tida como humana que racionalizou a sociedade. Agora, não é que nós queremos nos separar, queremos construir uma consciência diferente daquela que nos colocou na situação em que nós estamos, de subalternos, de inferiores”.

Almeida destaca ainda algumas conquistas do movimento negro como a Década Internacional de Afrodescendentes, instituída pela Organizações das Nações Unidas (ONU) no período de 2015 a 2024 e que reconhece que os povos afrodescendentes representam um grupo distinto cujos direitos humanos precisam ser promovidos e protegidos.

“Nós já temos muitos avanços, por exemplo o sistema de cotas e a Lei 10.639/03 que tornou obrigatório o estudo da história e da cultura africana e afro-brasileira nas escolas, e não é mais só aquela história que o negro era escravizado, é trabalhar a contribuição do negro para nossa sociedade e isso é parte de um processo das lutas dos movimentos negros dos anos 90. Nesse mesmo período o movimento chegou em Imperatriz”, completa.

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Lugar: Câmpus de Imperatriz
Texto: Frida Bárbara
Última alteração em: 21/11/2018 16:22