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Fernando Ramos tomará posse dia 08 em Brasília

Publicado em: 26/09/2003

Fernando Ramos: planejar para melhor realizar
Eleito pela maioria absoluta dos votos da comunidade universitária, o professor Fernando Antonio Guimarães Ramos tomará posse no próximo dia 08 de outubro, em Brasília, quando se tornará o 11º reitor da Universidade Federal do Maranhão. Professor do Departamento de Medicina, o novo reitor tem uma paixão especial pela graduação e extensão, áreas em que deverá pautar suas primeiras ações a frente da UFMA. Nesta entrevista aos repórteres Carlos Andrade e Fernando Formiga, da Ascom/UFMA, ele falou um pouco sobre a futura administração e prometeu esforço em tempo integral para fazer da Instituição referência em termos de conhecimento e compatível com o status de centro de excelência de ensino e pesquisa que representa junto à comunidade.

- Quando o Senhor pensou pela primeira vez em ser reitor da UFMA?
FERNANDO RAMOS
– O assunto é de certa forma recente em minhas convicções, embora sempre soube que toda a minha vida universitária seria voltada a serviço desta Instituição. Foi aqui que estudei, experimentei os primeiros passos de liderança estudantil, me tornei médico, professor e pró-reitor de Extensão, num total de 28 anos de dedicação e amor pela causa. A decisão de me candidatar a reitor não foi fácil de ser tomada, uma vez que até mesmo para ser Chefe de Departamento foi preciso uma insistência muito grande por parte dos meus companheiros. Com esse novo desafio foi a mesma coisa. O projeto de reitor surgiu a partir de uma tomada de decisão dos colegas de extensão, que começaram a sinalizar o perfil novo de reitoria que tentasse fazer uma interface com a sociedade. A resistência, nesse caso, se deveu em função de eu ser da área de saúde, onde já vinha sendo desenhada uma candidatura e não me agradava em nada ser instrumento de divisão daquele projeto. No momento em que percebi que o meu nome estava sendo proposto por um grupo representativo de todos os segmentos da UFMA e não mais apenas o da saúde, entendi que estava sendo convocado para uma missão da qual não poderia me fugir. Vocês lembram que eu fiz minha inscrição no último dia do prazo, ainda sob o efeito da dúvida do devo, não devo.

- Como professor e até mesmo como pró-reitor, como o senhor exercia o seu direito de crítica dentro da UFMA?
FERNANDO RAMOS
– Eu sempre tive uma postura construtiva em minhas críticas, até mesmo porque fazia parte da administração anterior. Isso, no entanto, nunca significou obstáculo para que fizéssemos os encaminhamentos necessários para melhorar uma ação ou mesmo um projeto. Essa é a minha visão sobre o direito de expressão e não entendo uma academia sem que as pessoas – integrantes ou não do processo – sejam impedidas de se manifestar. O importante é criticar construindo, pois, somente dessa forma, você pode colaborar com a otimização do processo. Uma crítica construtiva deve ser analisada em sua essência e o dirigente, a quem cabe o poder de decisão, não deve ter nenhum constrangimento em acatá-las.

- Mesmo ainda não tendo tomado posse, quantas horas do seu dia o senhor pensa como reitor?
FERNANDO RAMOS
– Desde o momento em que fui eleito, assumi plenamente a responsabilidade que está nas minhas mãos. Eu tenho plena consciência que represento uma Instituição extremamente representativa para o estado do Maranhão. A responsabilidade de conduzir uma comunidade que tem três segmentos que merecem ser respeitados: professores, técnicos administrativos e alunos. A responsabilidade de resgatar para a Instituição alguns aspectos que precisam ser resgatados. Por isso, desde a minha eleição pela comunidade universitária tenho pensado não apenas como reitor, mas, principalmente, como gestor de uma série de ações que precisam ser feitas, onde, da minha parte, não pode haver nenhum vacilo. Não posso colocar em risco esse projeto tão importante para a Instituição, que é bem maior que qualquer reitor ou administração. Essa tem sido a tônica de todos os passos que já foram dados desde a eleição até agora.

- Os quase 90 dias entre a eleição e a nomeação lhe causaram alguma ansiedade?
FERNANDO RAMOS
– Muito pelo contrário. Eu jamais fui à Brasília ou me empenhei em algum tipo de ação no sentido de acelerar o processo. Para mim as coisas tinham que acontecer da forma natural e dentro da maior tranqüilidade. A minha eleição com 73% dos votos significa uma vontade absoluta da comunidade acadêmica da UFMA e não tinha dúvidas que isso seria respeitado. Nesse meio tempo, aproveitamos para discutir com todos os segmentos da Instituição buscando nomes para a composição da equipe. Ela está praticamente pronta e, na medida do possível, tivemos a preocupação de manter uma certa proporcionalidade entre técnicos administrativos e professores. Esse é um compromisso do qual não abro mão e o mesmo será exercido em sua plenitude durante os quatro anos do meu mandato.

- Esses quatro anos começam exatamente onde e quando?
FERNANDO RAMOS
– Eu tomo posse no cargo de reitor da Universidade Federal do Maranhão no dia 8 de outubro de 2003, às 11h30 da manhã, na Sala de Cristal do Gabinete do Ministro Cristovam Buarque. Com relação à transmissão do cargo, em São Luís, estamos finalizando os detalhes com o professor Barroqueiro. A data escolhida será na segunda-feira, 13 de outubro, às 17h30, com uma celebração religiosa na Igreja da Sé. Essa é uma exigência pessoal, pois faz parte da minha formação religiosa. A transmissão do cargo será, portanto, após a Missa, na sala dos Colegiados Superiores do Palácio Cristo Rei.

- Outubro é o mês de Colação de Gráu na UFMA. Nas duas últimas o senhor já será reitor. É verdade que, nesse caso, o Senhor pedirá ao professor Barroqueiro para que conclua as cerimônias por ele iniciadas?
FERNANDO RAMOS
– Eu não disse isso. Eu tenho um respeito muito grande pelo professor Barroqueiro e continuarei tendo, pois ele foi um grande líder e responsável direto pelo êxito do projeto de sucessão em todas as fases. Esse reconhecimento faz com que eu tenha com ele liberdade suficiente para que ele decida essa questão. Se o professor Barroqueiro quiser continuar dando o Grau nas duas últimas solenidades, não terá nenhum problema da minha parte e farei isso até como uma homenagem pela imensa contribuição dele a esta Instituição nesse processo de transição entre a saída de um reitor e a entrada de outro.

- Qual será o seu primeiro ato como reitor?
FERNANDO RAMOS
– Será dar posse a minha equipe de trabalho. Eu não gosto da expressão primeiro escalão, por isso, tive o cuidado de convidar pessoalmente todos os Diretores de Departamentos e demais colabores detentores de cargos comissionados. Na minha equipe procuraremos evitar o máximo a divisão de hierarquia. Todos serão membros efetivos de uma equipe de gerenciamento institucional. A outra medida do primeiro momento é apresentar o Diagnóstico Institucional. Esse trabalho será amplo e deverá promover uma radiografia precisa de todos os segmentos da UFMA, como recursos humanos e financeiros, por exemplo.

- O Senhor já pode anunciar os nomes dessa equipe?
FERNANDO RAMOS
– Ainda terei uma última reunião para o fechamento definitivo da lista, que será anunciada no dia 13. Para não ter que apresentar uma lista incompleta, prefiro aguardar mais um pouco.

- A comunidade universitária espera muito do senhor como reitor. Qual seria, na sua opinião, o setor com carências mais emergenciais?
FERNANDO RAMOS
– Nós vamos ter de trabalhar com planejamento e ele será tão melhor, quanto mais rigoroso for elaborado. Vivemos reclamando da falta de recursos e isso parece ser uma realidade. Então, o caminho é utilizar bem esses poucos recursos, de modo a obter deles o máximo possível. Nesse sentido, estamos criando uma Assessoria de Planejamento de Ações Estratégicas. Ela será forte e estará permanentemente reunida com os pró-reitores para a elaboração do Planejamento Institucional. Desse estudo sairão as prioridades da nossa administração. Por exemplo, se o grupo decidir que as primeiras ações devam ser direcionadas para a graduação, o reitor as acatará de forma inconteste. E quando falo em graduação não estou me referindo apenas a sala de aula. Falo também dos laboratórios e do sistema de bibliotecas. O importante é saber que tudo será avaliado a partir do Planejamento Institucional e, questões fundamentais como graduação e segurança, certamente serão avaliadas de forma precisa e com a importância que merecem.

- Onde será o gabinete do reitor da UFMA. No Campus ou no Palácio Cristo Rei?
FERNANDO RAMOS
– No Campus. Para o Palácio Cristo Rei temos um projeto de ocupação por parte da Procuradoria e os Colegiados, Pólo de Gestão e Conselhos Universitários. Temos também um projeto chamado “A escola vai a reitoria”, com o objetivo de trazer a comunidade estudantil do Ensino Médio e Fundamental para o interior da UFMA. Nós queremos que o jovem crie gosto pela Instituição muito antes do vestibular. Será um trabalho de marketing onde o produto a ser vendido será a universidade com sua estrutura e seus cursos de graduação. Tenho certeza que, dessa forma, estaremos contribuindo muito para o despertar vocacional de muitos desses jovens e cumprindo nosso papel enquanto Instituição de Ensino Superior.

- Para o Senhor, então, a UFMA não está sendo mostrada o quanto deveria?
FERNANDO RAMOS
– Já tive a oportunidade de ouvir de várias pessoas e até mesmo de segmentos empresariais que nós aparecemos pouco. Eu quero mudar isso. Somos uma instituição superior de ensino de qualidade e a sociedade precisa saber disso. Antes, porém, é necessário gostar da UFMA. Vamos insistir nessa política de tornar público as nossas realizações e reverter essa lacuna de desconhecimento que existe entre a UFMA e a sociedade maranhense. Já iniciamos trabalho nesse sentido com os políticos do Maranhão que atuam em Brasília, com os segmentos representativos locais e com empresas de grande porte, como Alumar, Caixa Econômica e Banco do Brasil. Alguns segmentos chegaram a nos informar que a Universidade os procurava pouco. Agora será diferente. Vamos procurá-los cada vez mais e unir esforços no sentido de promover o desenvolvimento social e cultural do nosso estado.

- É verdade que o Senhor está tirando professores da sala de aula para a sua equipe de administração?
FERNANDO RAMOS
– Essa é uma questão inevitável. Jamais poderia aglutinar em torno da minha proposta administrativa as pessoas que me parecem qualificadas para determinada missão sem usar os professores. No entanto, ninguém deixará de dar aula por ser membro da minha administração. O próprio reitor está em lista de disciplina para os cursos de Pós-graduação. Está na resolução vigente que todo professor que ocupar um cargo comissionado terá que dar, no mínimo, oito horas semanais em sala de aula. Porém, é preciso lembrar que na minha equipe teremos 12 colaboradores que estão sendo convocados do segmento de técnicos-administrativos.

- Em que o Fernando Ramos de hoje é diferente do Fernando Ramos de antes?
FERNANDO RAMOS
– Eu tenho clareza que nunca irei me incorporar ao cargo de reitor da UFMA sem perder o norte de quem é o homem Fernando Ramos. Tenho família, tenho nome como médico neuro-pediatra, tenho raiz e tenho certeza maior ainda que estarei aqui por apenas quatro anos. Não penso em reeleição. Depois terei mais quatro como professor e só então me aposentarei. Ao final do mandato, o reitor sai e o homem permanece. Quero ter o direito de comer pizza com os amigos, retornar ao meu canto coral e me envolver com a intensidade de antes aos meus projetos de extensão.

- Por quê as universidades públicas, comparadas com as particulares, oferecem tão poucas vagas em seus vestibulares?
FERNANDO RAMOS
– A questão é ampla, pois exige planejamento e investimento por parte do Governo Federal. Seja na contratação de professores, seja na criação de novos cursos ou mesmo na ampliação da estrutura física. No entanto, nós sabemos que mesmo as vagas existentes não estão sendo utilizadas em sua plenitude. No primeiro momento estaremos nos concentrando nessa alternativa. O Diagnóstico Institucional que falamos no princípio vai mostrar a realidade desse quadro e temos certeza que algo poderá ser feito num prazo bem curto. Outra questão é quanto ao número de vagas no Interior. Já participamos de uma audiência pública para oferta de novos cursos em Imperatriz. Inicialmente, já foram identificadas demandas para Enfermagem, Psicologia e Comunicação. Os projetos já estão sendo providenciados. Não serão cursos novos e sim extensão dos que existem em São Luís. Esse processo será feito também em São Luís, e vamos tratar de identificar as demandas que a capital oferece. Nas visitas que já recebemos das empresas, questões de projetos industriais importantes, como o Complexo Siderúrgico do Maranhão já foram relacionadas e acredito que algo possa ser feito.

- O Senhor pretende criar novas pró-reitorias?
FERNANDO RAMOS – Nós estamos encaminhando ao Conselho de Administração algumas alterações, mas são apenas reorganizações das pró-reitorias existentes. As três pró-reitorias básicas, as chamadas acadêmicas, continuam, só que mais enxutas. A Pró-reitoria de Ensino perde a Pós-graduação que volta para a Pró-reitoria de Pesquisa. A Prexae deixa de cuidar dos assuntos estudantis e passa a ter responsabilidade apenas com a Extensão e Assuntos Culturais. O setor de Assuntos Estudantis será transformado numa Coordenadoria, com representatividade de Pró-reitoria. Alguns setores, atualmente ligados a determinadas pró-reitorias, como Biblioteca, Restaurante Universitário, Núcleo de Tecnologia da Informação e o Departamento de Concursos, estarão sendo deslocados para um setor que terá a denominação de Núcleo de Complexidade.

- Algo mais a acrescentar?
FERNANDO RAMOS
– Quero deixar claro que uma universidade não se faz com um único reitor e muito menos com uma só equipe. A comunidade universitária é muito grande e precisa estar sendo ouvida de forma permanente por aqueles que têm a responsabilidade do gerenciamento macro da Instituição. Sou consciente da responsabilidade assumida e tenho certeza que darei tudo de mim para o sucesso dessa nobre missão que é administrar a Universidade Federal do Maranhão. Que Deus me ajude.
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