Você está na versão antiga do portal da UFMA. O conteúdo mais atual está no novo portal.

Obs: algumas funcionalidades, ainda não migradas, podem ser encontradas nesta versão.

Início do conteúdo da página
Início do conteúdo da página

PERFIL: José Américo Barroqueiro

Publicado em: 11/09/2003

De O Estado do Maranhão

Inara Rodrigues
Da Editoria de Cidade

Comandar a maior instituição pública de ensino do estado. Esse foi o desafio assumido no início do ano pelo odontólogo e professor universitário José Américo da Costa Barroqueiro, vice-reitor em exercício da reitoria da Universidade Federal do Maranhão. Desde então, sua vida tem sido voltada à melhoria do ensino superior.

Barroqueiro confessa que a administração pública sempre foi sua grande paixão. Exerceu a odontologia por apenas seis anos, tornando-se professor efetivo da UFMA em 1979, lecionando as disciplinas de Histologia e Embriologia para os cursos da área médica. A carreira administrativa começou quando assumiu a diretoria dos prontos-socorros do Anil e Bairro de Fátima e a diretoria de saúde do Município. Também passou pela Fundação do Bem-Estar Social do Menor, como diretor da área médica e odontológica, um dos cargos que lhe proporcionou grande aprendizado profissional, segundo ele. “Trabalhar com menores problemáticos me fez crescer muito, tanto na vida pessoal como profissional. A partir daí, vi que muita coisa tem que ser feita para melhorar a vida dos menos favorecidos e estar perto para ajudá-los me faz sentir cada vez mais realizado”, diz.

Na UFMA, foi chefe do Departamento de Morfologia, durante 10 anos, e diretor do Centro de Ciências da Saúde, cargo que deixou para exercer a vice-reitoria. “Assim que o professor Fernando Ramos assumir a reitoria, volto a exercer a vice-reitoria, conforme manda o estatuto universitário”, esclarece Barroqueiro, que afirma não abrir mão do ofício de professor. “Apesar das dificuldades, acredito na nossa universidade e enquanto puder vou contribuir para melhorá-la, seja como professor ou administrador, mas quero me aposentar como professor de Embriologia, que é a disciplina que mais me fascina. Ela trata da origem da vida e por isso se tornou, para mim, um ponto a mais para que eu pudesse entendê-la”, revela.

Origens – José Américo Barroqueiro nasceu em São Luís, mas sua família é toda portuguesa. Seu pai, Manuel da Silva Barroqueiro, já falecido, veio para o Brasil, ainda adolescente, trabalhar em uma firma em Belém do Pará, no ramo de restaurantes. Em São Luís, ajudou a fundar uma colônia de portugueses, juntamente com outros conterrâneos seus e foi, durante muito tempo, fornecedor do estado. Foi em São Luís que conheceu a também portuguesa Julina da Costa, hoje com 92 anos, com quem se casaria mais tarde e teria três filhos.

Único homem entre duas irmãs, José Américo Barroqueiro passou a infância e adolescência na rua Antônio Rayol, no Centro da cidade, em uma residência que ainda abriga sua mãe e suas irmãs. “Me recordo com muita saudade daquela época, da tranqüilidade de se viver no Centro, que era o referencial de tudo, onde estavam todas as diversões, cinemas e era o centro da juventude”, lembra.

Ao contrário dos outros meninos da sua idade, o pequeno Barroqueiro nunca gostou de futebol. Sempre foi apaixonado pelo automobilismo e vez por outra dava um jeitinho de participar de brincadeiras que envolviam carros e velocidade.
Estudou no tradicional colégio Marista, onde cursou os 1º e 2º graus, sendo aprovado no seu primeiro vestibular, em 1970, para o curso de Odontologia.

Na juventude, passou a apreciar cinema e música clássica, preferências que mantém até hoje. Seu hobby preferido é colecionar CDs e filmes antigos, mania que cultiva desde a adolescência. Já cataloga 1.200 CDs.
Como todos os jovens de sua época, Barroqueiro sempre gostou de ir às festas promovidas na cidade. Ele conta que nas décadas de 60 e 70, o grande point da juventude ludovicense era a Rua Grande. Costumava encontrar-se com seus amigos na esquina do edifício Caiçara para se divertir, conversar e paquerar. “A Rua Grande toda era uma festa e, como vivíamos em um regime militar que tolhia a juventude, usávamos esses momentos para nos descontrair e discutir a realidade do país. Nosso modelo, nessa época, era o Ernesto Che Guevara, porque ele foi um médico que largou tudo e partiu para um idealismo em que ele acreditava”, relembra o ex-líder estudantil.

Religiosidade – Foi nessa época que conheceu o padre João Mohana, que, além de amigo, se tornaria o grande referencial de sua vida. “Passei a seguir o modelo de vida do padre João Mohana, de quem absorvi toda a minha espiritualidade. Desde que o conheci, passei a ver a vida de uma maneira muito mais positiva. Acredito que a vida não é constituída de momentos positivos ou negativos, mas sim de momentos que precisam ser vividos, para que, mais tarde, sirvam de aprendizagem para nós”, filosofa.
Por influência da amizade com o padre João Mohana, Barroqueiro sempre foi muito religioso, postura essa que é seguida pela família. Todos são católicos e a religiosidade é tanta que ele possui uma capela dentro de sua casa, na Ponta do Farol. É nesse espaço que comemoram todas as datas religiosas, dando maior destaque para o Natal, quando um grande presépio é armado.

Uma outra pessoa de grande importância na vida de Barroqueiro é a sua esposa, a médica Elizabete de Sousa Barcelos Barroqueiro. Eles se conheceram no plantão do pronto-socorro do Anil, em 1979, quando ele era diretor do local e ela, médica plantonista. A partir daí, começou um grande entrosamento entre os dois, que um ano mais tarde os levaria ao altar. “A Elizabete sempre foi uma pessoa muito forte, muito positiva e transparente, além de ser uma bela mulher, e isso me chamou muito a atenção. Sou inteiramente apaixonado por ela, que representa o grande sustentáculo da minha vida”, declara.

Da união do casal nasceram Rodrigo, 22 anos, estudante de Psicologia; Fernanda, 20, que pretende seguir a carreira da mãe e prestará vestibular para Medicina; e Gustavo, 18, estudante do ensino médio. “Os meus filhos são um grande orgulho. O Rodrigo, que está se formando, tem uma vocação muito grande para a Psicologia, e talvez esteja seguindo um sonho antigo meu, que era trabalhar nessa área. A Fernanda é aquele tipo de filha que me monitora 24 horas por dia, muito agarrada comigo, e o Gustavo parece que vai seguir a carreira do pai na administração. Ele também herdou a paixão pelo automobilismo”.

“Temos que preservar valores”

Durante a semana, José Américo Barroqueiro passa a maior parte do tempo na reitoria da UFMA, onde começa a trabalhar por volta das 9h e só retorna para casa às 18h. Em seu tempo livre, procura sempre se atualizar na área da Embriologia e, para isso, tem a Internet como sua grande aliada.

Nos finais de semana, gosta de estar com a família, indo à praia, restaurantes, cinema ou shows. Tem preferência pela música clássica e não se incomoda em ficar em casa curtindo um bom vinho e assistindo a DVDs de shows clássicos. “De todos os shows a que já assisti, classifico o de Fred Mercury e Montsserat Caballet como o melhor. Para mim, é o que há de mais belo em termos de arte, porque eles conseguiram reunir dois estilos diferentes em um só”, empolga-se.

Além dos filmes e CDs, Barroqueiro também gosta de apreciar uma boa leitura. Seu livro de cabeceira é o de um filósofo francês, chamado Jean Pierre, cujo título é “Deus e os Homens”. “Essas leituras sempre somam alguma coisa em nossas vidas. Em um mundo tão materialista no qual vivemos hoje, se espiritualizar cada vez mais é fantástico”, comenta.

Amizades – Barroqueiro sempre se preocupou em cultivar as amizades sinceras, principalmente aquelas adquiridas na infância e na juventude. Entre os vários amigos que possui, cita nomes como Ademar Bandeira, Fernando Ramos, Natalino Salgado Filho, Antônio Luís, Carlos Alberto Pará e Pedro Aragão como os mais próximos. Também possui muitos amigos padres. “São pessoas que sempre estiveram no meu dia-a-dia e das quais me orgulho muito de ser amigo”, enfatiza.

Valores como união familiar, religiosidade e sinceridade são muito importantes na vida do reitor da UFMA, que não se conforma com a falsidade do mundo e das pessoas. “Penso que temos que ser transparentes e preservar esses valores, principalmente a família, que é a base da formação de qualquer pessoa”, ressalta.

Auto-retrato

Nome
José Américo da Costa Barroqueiro
Nascimento
3 de setembro de 1951
Filiação
Manuel da Silva Barroqueiro e Julina da Costa Barroqueiro
Esposa
Elizabete de Sousa Barcelos Barroqueiro
Filhos
Rodrigo, 22; Fernanda, 20; e Gustavo, 18
Defeito
Perfeccionismo
Qualidade
Sinceridade
Alegria
Minha família
Tristeza
Ver a nossa universidade não ser tratada com o devido respeito que merece
Indignação
A injustiça social, ver pessoas morrendo nas
filas dos hospitais
Planos
Encerrar minhas atividades universitárias como professor de Embriologia
e ter uma casa de
campo ou de praia


Mais opções
Copiar url

Outras Notícias

19/04/2021

00:00

Pré-matrícula para os aprovados no Sisu no 1º semestre de 2021 começam dia 19, exclusivamente de forma on-line A Universidade Federal do Maranhão convoca os aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para a pré-matrícula no primeiro semestre...

05/04/2021

00:00

Comissão Executiva do Plano de Desenvolvimento Institucional apresenta novas ações Na manhã desta segunda-feira, 5, a Comissão Executiva do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), coordenada pela Pró-reitoria de Planejamento, Gestão...

04/01/2021

20:00

Segunda do Português: "Tão pouco" e "Pornografia" 1. Pornografia No exemplo abaixo, destacamos uma infração muito comum cometida com a palavra “pornografia”. Observe:                 D. Francisca, seu filho foi...

04/01/2021

08:25

A UFMA QUE A GENTE FAZ SÃO LUÍS - Acompanhe os detalhes das principais atividades e ações realizadas pela instituição durante a última semana de 2020,...

31/12/2020

13:58

Portal da UFMA estará de cara nova logo no primeiro dia do ano de 2021 SÃO LUÍS - Com a chegada de um novo ano, novos planos, novos objetivos, novas ideias e novos planejamentos vão...
Fim do conteúdo da sessão