UFMA

De O Globo - 20/07/2003

Campinas - O ministro da Educação, Cristovam Buarque, admitiu ontem que o governo precisará aumentar as verbas para as universidades públicas e adotar programas de incentivo a fim de recompor os quadros universitários, caso se confirme a debandada de professores dispostos a antecipar suas aposentadorias em função da reforma da Previdência. Durante a solenidade de abertura do 14° Congresso de Leitura do Brasil (Cole), o maior evento na área de educação na América Latina, que contou com a presença do ministro, ontem na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a reforma da Previdência acabou sendo o centro dos debates.

“O governo não tem um plano específico para isso, nem um prazo para adotá-lo, mas teremos que encontrar soluções para que a universidade não seja afetada pela reforma da Previdência”, disse.

Preocupado com a evasão de professores que a reforma poderá provocar, o reitor da Unicamp, Carlos Henrique de Brito Cruz, informou ao ministro que já enviou moção ao Congresso Nacional pedindo mudanças no texto original, além de já ter promovido três debates sobre o assunto com parlamentares. Do efetivo de 1800 docentes, a Unicamp tem 450 que podem se aposentar imediatamente.

Para o ministro, contudo, a contratação de professores mais jovens poderá ser bom as universidades. “Se para cada professor que deixar o cargo tivermos que contratar um, todos sairão ganhando”, tentou contemporizar o ministro.