UFMA

Depois do sinal verde emitido pelos dirigentes das instituições federais de ensino superior que, em manifesto lançado pela ANDIFES, posicionaram-se contra vários pontos da PEC 40, que trata da Reforma da Previdência, os técnicos administrativos da Universidade Federal do Maranhão, em assembléia realizada nesta quinta-feira, decidiram paralisar as atividades por tempo indeterminado. A decisão acompanha o segmento dos professores que já estão em greve desde o último dia 08, seguindo indicativo nacional da categoria, aqui referendado pela APRUMA.

A Assembléia dos servidores foi realizada por iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau do Maranhão – SINTEMA, e conduzida pelo presidente da categoria, Rui do Nascimento Silva. Durante os debates, antes do encaminhamento da proposta de paralisação, representantes dos trabalhadores discutiram diversos pontos da Reforma da Previdência e, em nenhum caso, encontraram situações que possam ser consideradas boas para o trabalhador. “Tudo que está escrito ali serve apenas para prejudicar os servidores. Tanto os que estão na ativa quanto aqueles que ainda vão ingressar no serviço público”, afirmou o presidente do Sintema.

A tese geral, também contida no manifesto da ANDIFES, é que a proposta do Governo representa uma ameaça aos direitos de cidadania com sérios danos à sociedade brasileira como um todo, se vier a ser aprovada da forma como está. Dentro deste quadro, tanto a ANDIFES quanto o SINTEMA, entendem que o foco da resistência deve partir das instituições públicas e, especialmente, do sistema federal de ensino superior público. Hoje, segundo o presidente do SINTEMA, 22 universidades federais, em todo o país, já aderiram ao movimento.

No manifesto encaminhado ao Governo Federal, os reitores, representados pela Andifes, afirmam que “as possíveis alterações da previdência pública, presentes no texto da PEC 40 trazem como indesejável contrapartida a perda de massa crítica das universidades, justamente a força de trabalho mais experiente e melhor preparada de que elas dispõem; a privatização de recursos públicos, onde profissionais que, por aposentadoria ou por auto-exoneração, hão de enriquecer os quadros de instituições privadas; e o decréscimo de atratividade no recrutamento de novos trabalhadores, que venham, com seu sangue novo, substituir a competência dos que partiram”.

Depois de deliberar sobre a paralisação, os servidores da UFMA decidiram pela organização do Comando de Greve, que terá o suporte do Sindicato da categoria. Ficou acertado que as reuniões plenárias acontecerão as segundas, terças e sextas. Sempre no horário da manhã, no hall do prédio Castelão, no Campus Universitário do Bacanga.

Professores – No mesmo dia que os técnicos administrativos decidiram pela paralisação total das atividades, os professores da Universidade Federal do Maranhão – que já estão em greve há uma semana - realizaram uma assembléia de avaliação no Auditório Central da UFMA. Na pauta distribuída pela Apruma aos grevistas estão algumas das inquietações da categoria diante das reformas propostas pelo Governo. São elas: Os aposentados e pensionistas pagarão contribuição previdenciária? Aumentará a idade mínima para aposentar-se? Muitos professores serão obrigados a se aposentarem mais cedo do que pretendiam? Parte da previdência será mesmo privatizada? Vai acabar a aposentadoria integral? Vai acabar a paridade em ativos e aposentados? As pensões por morte serão mesmo drasticamente reduzidas?