UFMA

Por Calos Andrade, da ASCOM

A Universidade Federal do Maranhão recebeu na última quinta-feira, 26, a visita do diretor presidente do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial - INPE, Luis Carlos Miranda, e de José Seixas Lourenço, Assessor Especial do Secretário Executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia, que se fizeram acompanhar pela assessora especial do MCT, Tereza Mota. Durante a visita às instalações da UFMA, a equipe foi recepcionada pelo Presidente da Fapema, Edson Nascimento, professor do Departamento de Engenharia Elétrica, e pelo professor Alan Kardec, diretor do Departamento de Pesquisa da UFMA.

O grupo veio ao Maranhão atendendo a um convite do Governador José Reinaldo em recente encontro que teve com o Ministro de Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. O objetivo é conhecer as potencialidades do Estado, sobretudo na área de recursos humanos e infra-estrutura, de modo a viabilizar a criação do Centro Espacial do Maranhão. A proposta é materializar um projeto em rede com a efetiva participação do Governo e das instituições de pesquisa locais – UEMA, UFMA e CEFET - interagindo com o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial, o Centro Tecnológico Aeroespacial e a Agencia Espacial Brasileira.

De acordo com o projeto apresentado ao ministro pelo governador, o Centro Espacial do Maranhão, a principio, terá três vertentes: a) formação de recursos humanos, como mestrado e doutorado; b) geração de serviços, inovação tecnológica e produção industrial; c) produtos, pesquisa e desenvolvimento em torno da questão espacial brasileira.

A presença de autoridades do Ministério em São Luís e o empenho do Governador José Reinaldo, incentivado pelo Gerente de Ciência e Tecnologia, Othon Bastos, demonstra a importância que o Estado já exerce no campo da ciência espacial, resultado dos avanços e das conquistas tecnológicas conseguidas a partir do Centro de Lançamento de Alcântara.

Para Edson Nascimento, começar esse tipo de avaliação pelas universidades é a maneira mais correta de se mensurar a real capacidade do Estado receber um investimento desse porte. “No caso específico do Maranhão é preciso conhecer a potencialidade das nossas instituições de ensino superior, tendo em vista que são elas que vão dar o suporte e o apoio científico necessário para a criação do Centro Espacial”, enfatizou.

O presidente da Fapema acrescentou ainda que uma das conseqüências da presença dos representantes do MCT e do Instituto de Pesquisa Espacial em São Luís será a implantação de um projeto executivo com um grupo multidisciplinar, envolvendo o Ministério de Ciência e Tecnologia, o INPE e as universidades que vão ser incluídas como parcerias do CEM. “Desse fórum sairão às atribuições de cada instituição, o dimensionamento das ações e os prazos que cada uma delas precisa para ser implantadas”, observou.

Depois de conhecer o Laboratório de pesquisa da Física, onde ouviu explicações dos professores Antonio Oliveira e José Maria, o grupo seguiu para os Departamentos de Química e Engenharia Elétrica. À tarde, a visita prosseguiu nos laboratórios da Universidade Estadual e do Centro de Ensino Tecnológico – CEFET. Na sexta-feira, o grupo seguiu para a cidade de Alcântara, onde conheceu as dependências do Centro de Lançamento - CLA.

Na opinião da assessora Tereza Mota, o Governador José Reinaldo foi muito feliz em expor ao Ministro Roberto Amaral a sua estratégia de criar em São Luís um Centro Espacial. “A contribuição advinda dessa decisão em todas as áreas do conhecimento é enorme e ratifica a importância que o Estado exerce na área de ciência e tecnologia, sobretudo por sediar, na cidade de Alcântara, um Centro de Lançamento fundamental para a política espacial brasileira”, afirmou. Ela acrescentou que antes mesmo da implantação do Centro, o Maranhão já tem uma linha de pesquisa nesse sentido, e citou como exemplo a participação de pesquisadores da Ucrânia e Rússia, numa referência aos professores visitantes da UFMA Alexandre Gainner (russo) e Anatoly Roytman (ucraniano).

Quanto às outras instituições locais, Tereza Mota ressaltou as pesquisas do Núcleo Geo-ambiental, da UEMA, e o grande numero de doutores do CEFET na área de engenharia de materiais.

Para o diretor do INPE, Luis Carlos Miranda, o Instituto tem muito a contribuir com o projeto maranhense, sobretudo, por fazer parte de um conjunto de parcerias importantes que, certamente, saberão dimensionar de forma correta os objetivos que esse projeto pretende alcançar. “O INPE começou suas atividades três anos depois do Sputinik (primeiro foguete tripulado ao espaço). São 43 anos de uma convivência diária com esse ramo da tecnologia e tenho certeza que essa experiência poderá contribuir, e muito, na concretização dessa proposta”, explicou. Ao se referir à iniciativa do governador do Maranhão em criar o Centro Espacial, o diretor do INPE reconhece que o estado não tinha outra alternativa. “O Centro de Lançamento de Alcântara existe, está aqui e o projeto espacial brasileiro depende dele. Ao Maranhão, cabe exercer o seu papel e é isso que o Governador José Reinaldo está fazendo”.

Para o assessor especial do Ministério de Ciência e Tecnologia, José Seixas Lourenço, o momento atual da política que está sendo implantada pelo ministro Roberto Amaral é de apoio descentralizado, optando, na maioria das vezes, por projetos de iniciativas dos próprios estados. “No caso do Maranhão, a criação deste Centro me agrada muito, pois permite o desenvolvimento de núcleos importantes de tecnologia como a UFMA, a UEMA e o CEFET. Eu vejo para o Maranhão um cenário de desenvolvimento muito grande e nós estamos fazendo a nossa parte, liberando recursos nas áreas de fomento e financiamento de bolsas de pesquisas através do CNPq e FINEP”, anunciou o representante do MCT, que é ex-reitor da Federal do Pará e Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Maranhão.