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Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior da região Norte do país e do MCT deram início, na última terça-feira, à organização de um seminário voltado a identificar vocações estaduais para o fortalecimento da pós-graduação. “Nós precisamos e vamos fortalecer essas instituições”, garantiu o ministro Roberto Amaral, em audiência com os reitores das Universidades federais do Acre, de Rondônia e de Roraima. Participou da audiência também o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, Gilberto Sá.

Amaral sugeriu a criação de núcleos de excelência. Ao tratar do assunto, o ministro explicitou seu entendimento de que se deve, em primeiro lugar, investir no corpo docente, atraindo pessoal qualificado de fora e criando mecanismos para que os professores locais façam cursos de pós-graduação em Universidades de outras regiões, se for o caso. “Quero trabalhar para estimular a não saída de mão-de-obra”, justificou Amaral.

O ministro também defendeu que o trabalho dos núcleos seja feito em rede, de modo a otimizar os recursos disponíveis, e a integrar órgãos como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), com sede em Manaus (AM), e o Museu Paraense Emílio Goeldi, localizado em Belém (PA), vinculados ao MCT. Além das Universidades federais do Pará e da Amazônia.

As Universidades dos três estados sofrem com a falta de oferta de cursos de pós-graduação.
Somente as Universidades federais do Acre e de Rondônia dispõem de cursos de mestrado, e, ainda assim, de apenas uma opção. Respectivamente, o mestrado em Ecologia e Desenvolvimento Sustentável e o mestrado de Biologia Experimental. “ São as Universidades mais pobres, não obstante a importância regional que têm”, observou o reitor da Universidade Federal do Acre, Jonas Pereira de Souza Filho, ao falar sobre a falta de infra-estrutura, de quadro de pessoal e de investimentos em pesquisa, enfrentada pelas instituições.

“Nós, em Rondônia, temos uma Universidade nova, que necessita de professores e sofre com falta de salas de aula. Precisamos de um upgrade para termos uma chance de sobrevivência”, comentou o reitor da Universidade Federal de Rondônia, Ene Glória da Silveira. E defendeu: “O MCT tem o dever e a obrigação de preservar nossa biodiversidade criando mecanismos para que as Universidades tenham competência técnica em recursos humanos, e de nos auxiliar em termos de infra-estrutura, para que nós, amazônicos, possamos traçar as nossas políticas”, disse ele.

Assim como os reitores das Universidades do Acre e Rondônia, o reitor da Universidade Federal de Roraima, Fernando Menezes Silva, também defendeu um trabalho conjunto entre o MCT e as Universidades. “Acreditamos que a ciência e a tecnologia nos nossos Estados são pensadas e realizadas nas Universidades federais, e seria apropriado que o MCT tivesse ação mais forte e em conjunto com as Universidades”.
Os reitores estiveram acompanhados do senador João Capiberibe (PSB/AP) e da deputada federal, Janete Capiberibe (PSB/AP). Na oportunidade, o senador destacou a mobilização de forças políticas no Congresso Nacional em defesa de um tratamento diferenciado para as quatro Universidades federais mais fracas da Região Norte (aí incluída a do Amapá), com vistas a amenizar as diferenças gritantes existentes entre elas e as outras instituições federais de ensino superior do país.

(Mônica Corrêa da Silva, da Assessoria de Comunicação do MCT)