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Atlas Linguístico faz mapeamento da forma de falar do brasileiro

Publicado em: 02/06/2003

Professora Conceição Ramos, coordenadora do projeto
Por Rogério Tomaz Jr., da ASCOM

A Universidade Federal do Maranhã, através do Departamento de Letras e em convênio com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), está participando da elaboração do Atlas Lingüístico do Brasil (ALiB). O Atlas é um mapeamento das variações da língua e do falar existentes em todas as regiões do país. Já foram publicados atlas lingüísticos estaduais na Bahia, em Minas Gerais, no Paraná, em Sergipe. Outros estão em andamento, como o da Paraíba e o do Rio Grande do Sul, além do Maranhão.

Os principais objetivos descritos no documento-base do projeto nacional são:
- descrever a realidade lingüística do Brasil e apontar as diferenças regionais quanto às variáveis de sotaque, significação, morfossintaxe e altura, intensidade, tom, duração e ritmo da fala;

- oferecer aos estudiosos da língua portuguesa (lingüistas, lexicólogos, etimólogos, filólo-gos, etc.), aos pesquisadores de áreas afins (história, antropologia, sociologia, etc.) e aos pedagogos (gramáticos, autores de livros-texto, professores) subsídios para o aprimoramento do ensino/aprendizagem e para uma melhor interpretação do caráter multidialetal do Brasil;

- oferecer aos interessados nos estudos lingüísticos um considerável volume de dados que permita aos lexicógrafos aprimorarem os dicionários, ampliando o campo de informações; aos gramáticos atualizarem as informações com base na realidade documentada pela pesquisa empírica; aos autores de livros didáticos adequarem a sua produção à realidade cultural de cada região; aos professores aprofundar o conhecimento da realidade lingüística;

- contribuir para o entendimento da língua portuguesa no Brasil como instrumento social de comunicação diversificado, possuidor de várias normas de uso mas dotado de uma unidade sistêmica.

Metodologia – O trabalho do ALiB é desenvolvido através de entrevistas com pessoas em 250 localidades do Brasil, formando uma “rede de pontos”. As localidades da rede foram definidas segundo critérios de extensão de cada região, aspectos demo-gráficos, culturais, históricos e a natureza do processo de povoamento da área.

Em cada localidade estão sendo selecionados quatro “informantes” a serem entrevistados, divididos em duas faixas etárias – 18 a 30 anos e 50 a 65 anos –, abrangendo os dois sexos e respeitando alguns pré-requisitos: serem nascidos na localidade, filhos de pais também nascidos na região ou que tenham passado a maior parte da vida lá, possuidores de uma profissão definida, que não requeira grande mobilidade e que se encontre inserida no contexto social local e, por último, serem alfabetizados, tendo cursado no máximo a quarta série do ensino básico.
Todas as capitais foram incluídas, exceto Brasília e Palmas, que ainda não possuem tempo suficiente para terem desenvolvido características lingüísticas próprias. Nas capitais, serão selecionados mais quatro informantes de nível universitário, obedecendo aos demais critérios descritos acima.

As entrevistas seguem um modelo padrão de questionário, com mais de 400 perguntas, que podem durar até três horas para serem respondidas. Ao final da entrevista, é pedido que os informantes leiam o texto “Parábola de sete vimes”, que visa principalmente identificar a dificuldade na utilização de pronomes que caíram em desuso na fala comum dos brasileiros.

No Maranhão – A professora Conceição Ramos, do Departamento de Letras da UFMA, é a coordenadora do projeto no Maranhão. Além da UFMA, a Faculdade Atenas Maranhense (FAMA) também integra o projeto local.

Para ela, a participação do curso de Letras no projeto pode significar uma grande oportunidade para os estudantes. “É muito importante que o aluno trabalhe com pesquisa sobre as variações lingüísticas. Além de dominar a norma padrão, é preciso que ele conheça as variações da língua materna, com a qual vai trabalhar”, esclarece a professora Conceição.

Participam da equipe técnica do Atlas Lingüístico do Maranhão (ALiMA) seis professores – quatro de Letras/UFMA, um de Geografia/UFMA e um de Letras/FAMA – e onze estudantes, tendo a professora Mundicarmo Ferretti (Antropologia/UFMA) como assessora. Em breve será aberta seleção para mais estudantes se juntarem ao grupo. Nove municípios maranhenses compõem a rede de pontos nacional do ALiB: Alto Parnaíba, Bacabal, Balsas, Barra do Corda, Brejo, Imperatriz, São João dos Patos, São Luís e Turiaçu. A estes, se somam mais oito para a elaboração do ALiMA: Raposa, Pinheiro, Carutapera, Maracaçumé, Santa Luzia do Tide, Caxias, Carolina e Araióses.

Para o projeto maranhense, que vem sendo posto em prática desde 1999, foi elaborado um questionário próprio, relacionando elementos culturais específicos: bumba-boi, produtos do agro-extrativismo (babaçu, arroz e mandioca), culinária, manifestações afro-religiosas e reggae. Num momento posterior, será estudada a contribuição lingüística dos povos indígenas.

Em algumas localidades já foram concluídas as entrevistas. Noutras, ainda precisam ser selecionados os informantes. De acordo com a professora Conceição Ramos, o Maranhão não pode ficar ausente deste empreendimento. “Esse é um projeto de âmbito nacional que não vai se repetir tão cedo. Participando do ALiB, o Maranhão estará contribuindo para escrever esse momento histórico”, enfatiza a professora Conceição.
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