UFMA

Desde o início de 2008, duas pessoas que vivem na região Centro-Oeste e uma no Paraná morreram e outras seis foram internadas com sintomas de febre amarela. Esses fatos assustaram a população e suscitou a ameaça de uma possível epidemia da doença, que desde 1995 infectou 349 pessoas e causou a morte de 161 brasileiros.

As regiões amazônica e pré-amazônica, que inclui o Maranhão, são consideradas pelos especialistas como áreas de risco. No entanto, de acordo com o professor de doenças infecciosas e parasitárias do curso de Medicina da UFMA, Antônio Rafael da Silva, não há motivos para medo, já que há 66 anos não é registrado nenhum caso de febre amarela em áreas urbanas brasileiras.

“A ameaça maior é para o indivíduo que vive próximo à mata e entra em contato com o ciclo silvestre da doença”, afirmou Antônio Rafael. Segundo o pesquisador, na zona urbana há um risco potencial. “Se uma pessoa infectada estiver na cidade, sem saber que possui a doença, ela pode ser picada pelo mesmo mosquito transmissor da dengue e dar continuidade ao ciclo da febre amarela. Porém, essa possibilidade é muito remota”, ponderou ele.

O professor ressalta ainda que quem for visitar ou vive em áreas de risco deve ser vacinado. “O morador de áreas urbanas não precisa da vacinação, mas, se desejar, basta procurar o serviço público de saúde. A vacina é gratuita, não tem contra-indicação e sua eficácia é bastante alta”, disse.

Como é causada por vírus, a febre amarela não possui tratamento específico. O médico Antônio Rafael destaca como principais sintomas: febre, dor de cabeça, calafrios e mal estar – quadro que, segundo ele, pode confundir a doença com outras enfermidades, como a dengue, a malária e a hepatite. “Ela tem cura, mas, se avançar, pode causar problemas renais, pulmonares, cardíacos e hepáticos”.