UFMA

Ampliar o número de ingressos no ensino superior tem sido preocupação constante do governo federal. O REUNI só o confirma. Soma-se a esse projeto outra medida relativa às especializações, já divulgada em portaria e assinada por Fernando Hadad, ministro da Educação, que abole uma série de critérios para a abertura dos cursos de pós-graduação lato sensu. A alteração, no entanto, divide opiniões.

Agora, deixa de ser obrigatória a presença de biblioteca, prédio com tutor e estrutura de apoio local ao pós-graduando. Segundo avaliação do governo, o custo desse aparato é muito elevado, o que desacelera o crescimento e expansão dos cursos de especialização no país.

Além desses argumentos a favor da alteração, Carlos Eduardo Bielschowsky, secretário de Educação à Distância do MEC, defende também outros dois. Segundo ele, além de atender a pedidos das próprias universidades, a ausência de acompanhamento acadêmico não interfere negativamente na formação do aluno. “Quem procura uma especialização tem autonomia suficiente para estudar sozinho”, afirma Bielschowsky.

De outro lado, há setores bastante desfavoráveis à medida. Professor da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador de uma pesquisa sobre educação à distância, Carlos Alberto Dantas não acredita na eficiência de um ensino sem contato direto entre alunos e professores. “O contato com o professor é fundamental, só dessa forma você sente o impulso para melhorar”, observa ele.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFMA (PPPG), Fernando Carvalho, avalia de forma mais flexível a medida. Apesar de considerar importante a ampliação do número de pós-graduandos e do alcance desses cursos, acha que a alteração deveria ser mais lenta. “Tal como no REUNI, é preciso criar metas e indicadores para implementar esses planos, que da maneira como estão têm pouca base em dados concretos”, compreende Fernando.