UFMA

Dois pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão foram destaque no Globo Repórter sobre o Maranhão, exibido na última sexta-feira (28/03) pela TV Mirante.

Flávia Rabelo Mochel e Antonio Augusto Ferreira Rodrigues, ambos do Departamento de Biologia, deram depoimentos em reportagens sobre os ecossistemas formados pelos manguezais, nas Reentrâncias Maranhenses, e sobre os maçaricos que migram do Canadá e do Alasca para o litoral do Maranhão, respectivamente.

A repórter Leilane Neubarth esteve no Arquipélago de Maiaú, onde existe um emaranhado com mais de 30 ilhas, só no município de Cururupu.

- A região é parte da área de proteção ambiental das reentrâncias maranhenses, agora chamada de "Floresta dos Guarás". O acesso difícil é um manto protetor, garante a preservação daquele pedaço da Amazônia.

Há muita vida na região. Garças azuis, brancas, colhereiros, gaviões. O vasto manguezal parece ter o tamanho de uma floresta inteira. “Feio, enlameado, mas apaixonante”, diz a bióloga Flávia Mochel, que há 23 anos estuda a vida naquela área.

Acompanhando o crescimento das árvores, ela pode dizer como a presença do homem está modificando o lugar. “O manguezal é extremamente rico. O que tem nessa lama em termos de matéria orgânica - algas, microorganismos - é que vai sustentar toda essa rede pesqueira de peixe, de camarão”, revela Flávia.

O manguezal tem mágicas estratégicas. Raízes, que despencam dos galhos em busca de apoio na lama, lembram candelabros de cabeça para baixo. Poucas espécies conseguem se adaptar e viver na região. “O que a gente olha e parece um monte de raízes amontoadas é vida pura”, ressalta a bióloga e professora da UFMA.

Em outro bloco, o Globo Repórter enfocou o vôo dos maçaricos, aves que todos os anos migram do Alasca e do Canadá para o litoral do Maranhão, mais precisamente para a Praia Panaquatira. Lá, a UFMA inaugurou em outubro do ano passado uma Base de Pesquisa em Aves Migratórias. O coordenador da pesquisa, professor Antonio Augusto Ferreira Rodrigues, prestou consultoria à reportagem da Globo, destacando o trabalho que vem sendo desenvolvido na região por professores e alunos do curso de Biologia da UFMA. A reportagem também é de Leilane Neubarth.

- Fim de tarde na Praia de Panaquatira. Ao pôr-do-sol, bandos de maçaricos chegam em revoadas e pousam na areia. Vêm de longe. Saíram do Canadá e do Alasca. São aves migratórias. Ao lado delas, homens começam a montar redes. Eles estão na região para estudar o movimento desses pequenos animais.


De setembro a março, todos os anos, as aves e os biólogos se encontram em uma praia do Maranhão. Elas fogem do frio. No Brasil, se aquecem, trocam de plumagem e comem muito. Nos seis meses que passam no país, dobram de peso. "Elas precisam repor a energia gasta durante a migração, se alimentando bastante”, explica o biólogo Antônio Augusto

Na base de estudos montada pela Universidade Federal do Maranhão, a noite é de muito trabalho. Os pesquisadores pesam, medem e observam a plumagem de cada animalzinho. Depois da pesquisa, a liberdade. É uma corrida contra o tempo. Daqui a pouco eles já estarão voando a 120 quilômetros por hora, em busca do frio.

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