UFMA

Aconteceu ontem, 27, no auditório da UFMA Virtual, o seminário sobre “Comércio Exterior”. O evento começou às 17h, tendo como expositores o diretor da Câmara de Comércio Brasil-China, Richard Liu, e o cônsul de Trinidad e Tobago, Décio Evandro Silva. A ocasião foi marcada pela assinatura do protocolo de intenções para o estreitamento das relações comerciais entre o Maranhão e a China.

A atividade, promovida pelo Núcleo de Desenvolvimento de Inovações Tecnológicas da UFMA (NUDEPRO), faz parte do cronograma do projeto de "Implantação do programa de incubadora de empresas de base tecnológica na UFMA". O cronograma prevê a seleção de empresas para junho e a inauguração da incubadora – cujo nome será INCUBEM – para julho. Inicialmente, dez empresas serão contempladas, havendo a possibilidade de ampliar esse número no segundo semestre.

O projeto está sendo desenvolvido em parceria com o Banco da Amazônia (BASA), o Banco do Nordeste (BN), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e a Associação Brasileira dos Inventores e Propriedade Industrial (ABRIPI).

Os recursos para 2003 virão do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNDECI), do Banco do Nordeste, no valor de R$ 24.375,00 e do SEBRAE, no valor de R$ 50 mil.

Os negócios relacionados com produtos eletroeletrônicos, desenvolvimento de softwares e programação visual, além de outras inovações tecnológicas, terão prioridade. Isso não significa, porém, que as demais áreas serão ignoradas.

As empresas juniores poderão participar do projeto, mas não terão acesso a todos os benefícios da incubadora.

Um amplo suporte logístico, técnico e jurídico vai ser oferecido às empresas incubadas. Treinamentos, conferências, cursos e reuniões serão realizados periodicamente. As empresas participantes vão dispor também de uma bolsa de negócios virtual para comercializar os serviços e produtos.

Em maio, ainda como etapa de implantação do projeto, será ministrado o curso “Montagem de Planos de Negócios”, pelo consultor Edson Pereira, do SEBRAE nacional.

Ao final deste ano será publicado um livro com o registro das experiências acumuladas e vivenciadas nesta fase inicial da incubadora.

O que é uma incubadora de empresas

Em artigo publicado recentemente na imprensa local, o professor Marcos Tadeu Rezende e o estudante Glauber José Brito, ambos da equipe técnica do projeto da INCUBEM, explicaram o que é uma incubadora de empresas na prática.

Conforme está descrito no artigo, “incubadoras de empresas são empreendimentos que oferecem espaço físico, suporte e consultoria, por tempo limitado, dotando as empresas incubadas de condições de sobrevivência em um ambiente de competitividade”. Tais condições, por serem especiais, só podem ser oferecidas por instituições sem fins lucrativos.

Algumas das grandes corporações do mundo atual são fruto de incubadoras de empresas, como é o caso da HP (Hewlett & Packard). As experiências pioneiras deste conceito são da primeira metade do século passado. No Brasil, as primeiras incubadoras têm pouco menos de vinte anos de vida.

Diferenciais

De acordo com dados do SEBRAE e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 80% das pequenas e micro-empresas fecham as portas antes do segundo ano de funcionamento. Além disso, 95% não atingem os cinco anos de vida. Por outro lado, pesquisas do Instituto Euvaldo Lodi indicam que mais 80% das empresas criadas em incubadoras ultrapassam o período de cinco anos de funcionamento após a saída das incubadoras.

Para o professor Marcos Tadeu Rezende, coordenador do projeto, a incubadora pode estabelecer no cenário local uma nova cultura empresarial que valorize aspectos não observados por grandes grupos empresariais. A realização sistemática de atividades de inovação com investimentos e pesquisa e desenvolvimento, a busca permanente de informação e a proteção de tecnologia são alguns aspectos, segundo o professor Rezende.

A criação de uma incubadora traz inúmeras vantagens para comunidade. A economia local é revitalizada. Os riscos de insucesso dos negócios são reduzidos. Surgem novos postos de trabalho com a expansão das empresas. Na universidade, os alunos, através dos estágios, complementam a formação acadêmica. Enfim, a contribuição para o desenvolvimento sócio-econômico da região é bastante significativo.

No Brasil, existiam ao final de 2001 cerca de 150 incubadoras e 1100 empresas incubadas.

Equipe Técnica

1. Marcos Tadeu Rezende de Araújo (Mestre em Engenharia Elétrica / UFMA)
2. Carlos Alberto Silva Pereira (Doutor em Engenharia de Produção / UFMA)
3. Maria de Fátima Santos Farias (Doutora em Engenharia Elétrica / UFMA)
4. Anselmo Paiva (Doutor em Ciências da Computação / UFMA)
5. Maria das Graças Lopes Barbosa (Mestre em Sociologia Rural / IEL-FIEMA)
6. Maria Inocência Rocha de Andrade (Mestre em Desenho Industrial / UFMA)
7. Fernando Antônio Lima (Mestre em Engenharia Elétrica / CEFET-MA)
8. Fernando Antônio Tocantins Nunes (Engenheiro Eletricista / CEFET-MA)
9. Keila Maria Pontes da Silva (Engenheira Eletricista / SEBRAE-MA)
10. Glauber José Brito (Estudante de Ciências Sociais da UFMA)
11. Afonso Flávio Ribeiro (Estudante de Engenharia Elétrica da UFMA)
12. Sandreane Ferreira (Estudante de Engenharia Elétrica da UFMA)


Redator:Paulo Ricardo Aguiar Luna