UFMA

Promover o debate a respeito das políticas públicas e propor medidas de solução para problemas sociais crônicos: este foi o eixo em torno do qual girou a palestra ministrada na tarde desta quinta-feira pelo professor Márcio Pochmann. O tema da palestra foi a "Importância e Aplicação de Índices Sociais no campo das Políticas Públicas". A conferência foi promovida pela Universidade Federal do Maranhão, por meio do Grupo de Avaliação e Estudo da Pobreza e de Políticas direcionadas à Pobreza. A conferência atraiu acadêmicos de vários cursos, dada a relevância do tema e o renome do palestrante.

Pochmann destacou o contraste entre política econômica e política social, no que se refere a existência de coordenação e direcionamento maiores na área econômica.Segundo ele, há uma fragmentação no fazer das políticas públicas que emperra a obtenção de resultados mais satisfatórios. É, portanto, necessário que se faça uma integração entre os fatores geradores da exclusão social e o reconhecimento de que só se pode ter políticas públicas bem desenvolvidas levando em consideração as condições de saúde, educação, família, habitação, transporte.

Entendendo a universidade como celeiro de construção de gestores públicos, Pochmann declarou que cabe a ela "oferecer uma formação que seja contemporânea dessas novas formas de manifestação de exclusão social, entender a exclusão social na sua totalidade", uma vez que a formação tem sido cada vez mais especializada, o que dificulta a aplicação total das medidas idealizadas.

Em se tratando do desemprego, o conhecimento da economia foi lembrado como fator primordial para uma intervenção saudável na sociedade. As peculiaridades regionais também devem ser encaixadas no conjunto de formas de melhor compreensão da realidade. "Quem gera o emprego é a economia. Nós temos que estudar também a relação do emprego com a economia. Esse entendimento é uma das contribuições que a própria universidade pode gerar, inclusive para entender a manifestação no âmbito local. Não há unidade na sua geração", explicou o professor.