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O ritual do Bumba-meu-boi e a expressão corporal

Publicado em: 29/06/2011

O Bumba-meu-boi é uma das manifestações folclóricas mais rica em detalhes, que mexe com o imaginário das pessoas, envolvendo-as em um universo estético amplo por meio da dança, ritmos e um grande colorido. A festa representa um resgate da história local, marcada pelas desigualdades sociais existentes no período colonial.

No Maranhão, os mais de 200 grupos folclóricos se diferenciam por sotaques, como matraca, zabumba e orquestra, revezando-se em apresentações durante os meses de junho e julho, cada um com músicas, figurinos e coreografias peculiares.

A linguagem estética do Bumba-meu-boi foi tema da tese de doutorado do professor do Departamento de Educação Física da UFMA, Raimundo Nonato Viana. Em “Corpo, Estética e Educação: olhar sobre as danças tradicionais”, Viana analisou os elementos constitutivos da estética dos grupos, expressa pela atividade corporal dos participantes.

Segundo o pesquisador, o universo do Bumba-meu-boi é marcado por experiências que relacionam o aspecto da dança, educação física e educação, através do cenário em que se realiza a manifestação. “Por meio de gestos, olhares e posturas são expressos sentimentos e um modo de leitura da realidade, apresentando esse cenário como espaço que reúne diferentes códigos estéticos de viver e ver o mundo”, afirma.

O Bumba-meu-boi da Liberdade, comandado pelo mestre Leonardo, foi analisado em todo seu ritual simbólico, entre ensaios e apresentações, firmando o argumento da tese de que o Bumba-meu-boi tem aspectos estéticos relacionados à educação, no canto e na dança.

Este projeto fez parte da programação do Colóquio Internacional “Lé Corp en Mouvement”, que foi realizado no início de junho do ano de 2009 na Université Montpellier, França.

PERFIL

Raimundo Nonato Assunção Viana é graduado em Educação Física pela UFMA, mestre e doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. É professor da Universidade Federal do Maranhão desde abril de 1996 e é o atual coordenador do Curso de Educação Física. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas Pedagógicas em Educação Física-GEPPEF/UFMA, Viana é pesquisador na área de Estudos do Corpo, com ênfase em Educação Física, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, dança tradicional, corpo, linguagem corporal, educação física escolar e ginástica artística (olímpica).


Saiba mais

A essência da lenda enlaça a sátira, a comédia, a tragédia e o drama, e demonstra sempre o contraste entre a fragilidade do homem e a força bruta de um boi. Esta essência se originou da lenda de Catirina e Pai Francisco, origem nordestina, que sofreu adaptação à realidade amazônica. Dessa forma, reverencia o boi livre e nativo da Floresta Amazônica, bem como a alegria, sinergia e força das festas coletivas pindoramas (pindoramas = indígenas - a palavra índio e indígena derivam da falsa impressão dos descobridores de terem chegado a Índia, sendo que a terra Brasileira era então nomeada por seus nativos de Pindorama).

A festa do Bumba-meu-Boi surgiu no nordeste do país, mais especificamente no Estado do Piauí, pois a região onde hoje se situa o Piauí começou a ser povoada por vaqueiros que vinham da Bahia em busca de novas pastagens para o gado. Ainda hoje, a figura do vaqueiro é marcante e faz parte da cultura piauiense, além de ser um personagem típico do estado. Mas foi no Estado do Maranhão que o Bumba-meu-Boi foi mais popularizado e exportado para o Estado do Amazonas com o nome de Boi-Bumbá, visitado anualmente por milhares de turistas que vão para conhecer o famoso Festival Folclórico de Parintins, realizado desde 1913.

Ao espalhar-se pelo país, o bumba-meu-boi adquire nomes, ritmos, formas de apresentação, indumentárias, personagens, instrumentos, adereços e temas diferentes. Dessa forma, enquanto no Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas e Piauí é chamado bumba-meu-boi, no Pará e Amazonas é boi-bumbá ou pavulagem; em Pernambuco é boi-calemba ou bumbá; no Ceará é boi-de-reis, boi-surubim e boi-zumbi; na Bahia é boi-janeiro, boi-estrela-do-mar, dromedário e mulinha-de-ouro; no Paraná, em Santa Catarina, é boi-de-mourão ou boi-de-mamão; em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Cabo Frio e Macaé (em Macaé há o famoso boi do Sadi) é bumba ou folguedo-do-boi; no Espírito Santo é boi-de-reis; no Rio Grande do Sul é bumba, boizinho, ou boi-mamão; em São Paulo é boi-de-jacá e dança-do-boi.




Edição: Lauralice Portela
Revisão de texto: Carla Morais

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