UFMA

Associar a prática profissional ao compromisso de informar a comunidade sobre a prevenção de doenças como o câncer, que só este ano deve ter um registro de 460 mil casos em todo o país. Este é um dos objetivos das ligas acadêmicas, criadas professores do Departamento de Medicina da UFMA, juntamente com estudantes de cursos da área da saúde.

A Liga Acadêmica de Ginecologia, Endocrinologia e Climatério (Lagec) trabalha com pesquisa e assistência às mulheres no período de climatério e pós-menopausa. A Liga Acadêmica de Oncologia(Laonc)orienta os alunos sobre o diagnóstico e acompanhamento do câncer, com ênfase nas áreas da urologia e ginecologia.

A coordenadora-geral da Lagec Maria Bethânia Chein, explica que a Liga, cuja sede fica no mesmo prédio do Mestrado em Saúde Materno-Infantil, tem como meta se tornar um referencial em pesquisa e uma fonte de informação preventiva para a população. A Liga conta com a participação de professores e acadêmicos de Medicina, Odontologia, Farmácia, Nutrição(UFMA), Psicologia(Ceuma) e Terapia Ocupacional(Cest).

O coordenador da Liga Acadêmica de Oncologia(Laonc), Ulcijara Aquino, considera a formação deste grupo um incentivo para a implantação de uma disciplina de Oncologia- já que o curso de Medicina da UFMA não oferece uma cadeira específica para o estudo do câncer.

Sediada no Hospital Aldenora Belo, a Laonc pretende fazer palestras e atendimento médico comunitário. Para Aquino, que é especialista em câncer de mama, a Liga fornecerá aos alunos meios de conhecer e de agir adequadamente frente ao problema do câncer.

Esta opinião é compartilhada também por Lia Luana Sá, do 6º período de Medicina. “Esse aprendizado faz parte do nosso papel social, que é o de facilitar o acesso à saúde. A participação na Laonc será, sem dúvida, uma etapa bastante positiva”, ressalta

O trabalho desenvolvido por esta ligas pode ajudar a combater uma doença que no Maranhão deve ter o registro de três mil casos em 2005. Dados do Instituto Nacional do Câncer revelam que entre a população maranhense são mais freqüentes os cânceres de pele, mama e próstata.

Além do fator genético, outro elemento que reflete no aparecimento do câncer é o não tratamento de algumas doenças sexualmente transmissíveis. O papilomavírus humanos(HPV), por exemplo, pode ser contraído durante o ato sexual e, se for do grupo oncogênico, pode evoluir para um câncer.

Luciane Brito, coordenadora do Mestrado em Saúde Materno-Infantil, da UFMA, explica que o HPV é muito recorrente entre a população maranhense e uma das principais causas de câncer.

Ela alerta que o câncer tem grandes chances de cura quando diagnosticado e tratado na fase inicial. “ Adotar uma educação preventiva traz efeitos surpreendentes. Se as pessoas tivessem como se prevenir e se informar melhor, muitos cânceres poderiam ser evitados.” conclui.