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Durante Ciclo de Debates da Andifes, Cristovam Buarque aponta desafios para as universidades

Publicado em: 19/09/2009

“O capital de hoje é o conhecimento”, defendeu o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) em sua participação no Ciclo de Debates “Cenários do Brasil nos próximos 20 anos e papel da Educação Superior”, promovido pela Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Segundo convidado da série de debates, o senador falou aos reitores na tarde desta quarta-feira (16) sobre sua Teoria Educacionista, a importância da valorização da educação e sobre os dez desafios que, em sua opinião, as universidades enfrentarão nos próximos anos.

Conhecido como o “senador da Educação”, Cristovam Buarque afirmou que o Brasil pode seguir dois caminhos: continuar com o modelo concentrador ou mudar para um distributivo. O senador e ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) critica, por exemplo, as estruturas de departamentos divididas por áreas do conhecimento que vigora nas universidades. “Temos que construir núcleos temáticos, com temas como fome, Brasil, energia; todos eles multidisciplinares. Nós somos muito viciados nas mesmas disciplinas”, sugeriu. Há vinte anos, quando na Reitoria da UnB, ele encampou tal mudança e atualmente está lotado no Centro de Desenvolvimento Sustentável, onde dá aulas a uma turma de cerca de 40 alunos de 17 cursos diferentes.

O senador também chamou a atenção para as influências que as novas tecnologias provocam nos métodos atualmente utilizados nas universidades. De acordo com ele, a amplitude do método deve ser cada vez maior: “Daqui pra frente, vai ser cada vez mais não presencial. Isso é um desafio porque nos acostumamos com o endereço geográfico e não com o eletrônico”. Além da amplitude, o caráter pedagógico deste método também é questionado por Cristovam Buarque: “Hoje a biblioteca vem para dentro da sala de aula”. Essas novidades trazem uma nova dinâmica às universidades, que segundo o senador, tem que se renovar constantemente.

A integração entre as universidades, tanto as nacionais quanto as internacionais e a convivência com outros grupos, como os não universitários, trabalhadores, empresários e governos são outros desafios apontados por Cristovam Buarque. “Imagino que no futuro teremos uma só universidade. Pode-se fazer uma parte do curso em uma instituição, outro pedaço em outra. Imagino que no futuro teremos uma só universidade, é a globalização interna do setor do conhecimento”, analisou o senador.

A dinâmica das universidades é outro desafio apontado pelo senador Cristovam Buarque. Segundo ele, elas precisam se renovar constantemente e contribuir também para a renovação dos profissionais. “Acaba o conceito de ex-aluno. Nós formamos os profissionais e em cinco anos de mercado eles já estão ultrapassados”, ressaltou o senador.

Como propõe o Ciclo de Debates da Andifes, o senador conjecturou sobre os próximos passos do país e o papel das universidades neste contexto. Segundo ele, a sintonia com o tempo e com novos saberes são outras barreiras a serem transpostas pelas instituições de ensino, que devem estar preparadas para as catástrofes que estão por vir. “O aquecimento global influenciará os cursos de Agronomia, por exemplo. Temos que entrar em sintonia com essa realidade mutante”, explicou o parlamentar.

Cristovam também enfatizou a importância da educação de base e da integração desta com o ensino superior. Por fim, o senador falou sobre o papel da “universidade como vanguarda da nova utopia”. “O filho do trabalhador deve estudar na mesma escola que o filho do patrão. Nós temos a obrigação de ser vanguarda desse processo de transformação”, defendeu Cristovam Buarque.

Os reitores questionaram o senador sobre suas perspectivas para o futuro do país e sobre como quebrar paradigmas nas universidades tais como os apontados na palestra. “Ninguém é dono do saber, mas é difícil alcançar um pensamento holístico”, reconheceu. O Ciclo de Debates “Cenários do Brasil nos próximos 20 anos e papel da Educação Superior” continua na próxima reunião do Conselho Pleno. Nomes como Dilma Roussef e Marina Silva já foram convidados e também estão cotados José Serra e Aécio Neves.

Mudanças

O senador Cristovam Buarque ainda teceu comentários sobre a política brasileira, notadamente as iniciativas voltadas para a Educação. De acordo com ele, o Governo Lula significou não só uma evolução, mas um salto, principalmente nas universidades federais, em número de alunos, professores, técnicos. Porém, na Educação de base, a evolução foi menor. “A formação de professores não tem jeito sem salários altos”, atestou.

Cristovam citou o exemplo do Distrito Federal, onde os professores da Educação de Base recebem cerca de R$ 3.800 mil, porque são pagos pelo Governo Federal. De acordo com ele, o mesmo deveria ocorrer no resto do país. “Eu acho que a gente tem que criar um Ministério da Educação de Base e um Ministério da Educação Superior. Faria bem para os dois. Sem tirar recursos das universidades federais, tem que deixar o que está aí e dar mais”, sugeriu o senador.

Sobre as propostas de fato para mudar a Educação, Cristovam provocou os reitores: “Vocês juntos tem uma força política para chamar a atenção das autoridades para a Educação Básica e para os problemas do país”. Quanto às inovações acadêmicas, ele sugeriu incentivos para os alunos de Pedagogia e de licenciaturas.

Políticas

O senador contou que várias propostas de reformas políticas foram rejeitadas no Senado Federal, como a redução do tempo de mandato dos senadores, proibir reeleição mais de uma vez para todos os cargos políticos, proibir que ao deixarem o Senado para assumir Ministérios, os senadores não possam voltar ao antigo cargo, para impedir que o presidente mande no Congresso. “É uma série grande de propostas que acho que daria uma dinâmica diferente, mas que nem foram consideradas. Ninguém quer mudar, na verdade”. Ele também sugeriu que os parlamentares fiquem três semanas em Brasília e uma semana em seus estados, para evitar o esvaziamento do Congresso: “Não se parlamenta”, criticou.

O presidente da Andifes, reitor Alan Barbiero, agradeceu a participação do Senador e afirmou o desejo de manter a chama da utopia mencionada por Cristovam Buarque: “Nosso cotidiano não é fácil e precisamos estar sempre alertas, pensando o país, a Educação, no sentido de transformar e melhorar a nossa realidade”, ressaltou Barbiero.

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