UFMA

O vírus HTLV (sigla da língua inglesa que indica vírus que infecta células T humanas) é um retrovírus isolado desde a década de 80 que causa um tipo raro de leucemia . Esta doença é muitas vezes associada ao HIV (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), manifestador da AIDS.

As suas principais manifestações são erupções na pele, dores nos membros inferiores e na região lombar. As formas de contágio são ato sexual sem preservativo, uso de agulhas infectadas, problemas neurológicos e paraplegia, além do aleitamento prolongado por mães infectadas. Devido os maiores afetados por esta enfermidade serem gestantes, a mestre em Saúde Infantil da UFMA, Verônica Guimarães de Souza, apresentou em sua dissertação a temática “Prevalência do vírus HTLV 1 e 2 em gestantes de São Luís”, com orientação da professora do Departamento de Enfermagem da Universidade, Elba Gomide Mochel.

Em São Luís, a prevalência desta doença varia de 10 a 28% na população em geral e em 7 % a 42% entre crianças que foram alimentadas com leite materno por mães soropositivas. O objetivo principal da pesquisa foi identificar a prevalência de sorologia positiva em grávidas de três serviços públicos e alertar a população sobre o desconhecimento do vírus. A faixa etária das mulheres pesquisadas varia entre 18 e 45 anos, com idade gestacional até 22 semanas, pois nesta fase a mulher é atendida nos hospitais com acompanhamento do pré- natal.

O estado nordestino com maior incidência do HTLV é a Bahia, devido à predominância de população negra. “A maioria atingida são mulheres afrodescedentes em que é importante a realização de um exame específico”, explica.

Segundo a professora, o Materno Infantil da UFMA é o único hospital de São Luis que disponibiliza um exame para indicação de HTLV e HIV. As outras unidades de saúde não obrigam as gestantes a realizar este tipo de exame durante o pré-natal. “Esta é a minha preocupação. Muitas pessoas podem estar com o vírus e não sabem. As autoridades de saúde precisam se atentar para esta questão”, enfatiza Elba.

O estudo foi realizado por cinco pesquisadoras, sendo uma mestranda e quatro alunas da graduação, bolsistas de iniciação científica, do curso de Enfermagem da UFMA, nos turnos matutino e vespertino. Foram utilizados questionários para indicação de informações pessoais e amostras de sangue das grávidas. Os resultados foram a prevalência de 0,3% de mulheres infectadas do tipo 01. “Essa estimativa está alta aqui no Maranhão e precisamos informar a população e principalmente as mulheres grávidas, pois até através da amamentação pode acontecer a transmissão”, finaliza a orientadora.