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Programa de pós-graduação da UFMA lança quatro livros

Publicado em: 12/05/2009

A primeira turma do Mestrado em Ciências Sociais da UFMA vai lançar quatro livros. O evento de lançamento acontece no dia 22 de maio no Palácio Cristo Rei (Praça Gonçalves Dias, Centro) e vai ser promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e pelo Centro de Ciências Humanas.

Entre as dissertações escolhidas estão as dos autores: Adroaldo José Silva Almeida (Da terra ao céu: a trajetória de uma maranhense que virou anjo); Raimundo Inácio Sousa Araújo (Discurso, disciplina e resistências: as visitas pastorais no Maranhão setecentista); Yuri Michael Pereira Costa (A outra justiça: a violência da multidão representada nos jornais) e Cristiane Pinheiro Santos Jacinto (Laços e enlaces: relações de intimidade de sujeitos escravizados em São Luís – Século XIX).

RESUMO DAS DISSERTAÇÕES

Da terra ao céu: a trajetória de uma maranhense que virou anjo
O livro realiza um estudo sobre os sentidos do carisma e do poder na Igreja Evangélica Brasileira. Pesquisas empreendidas em arquivos e/ou eclesiásticos, bibliotecas e entrevistas foram os principais instrumentos utilizados para a análise. Foi privilegiada a biografia de Miguel Vieira Ferreira, fundador da Igreja Evangélica Brasileira, e os papéis sociais que ele desempenhou na trajetória da igreja.

A comunidade religiosa da Igreja Evangélica Brasileira tem em Miguel Vieira Ferreira seu referencial maior. O mesmo é visto pela comunidade religiosa como o anjo Miguel da profecia do livro de Daniel, capítulo 12. Este processo, chamado de reificação, permitiu a construção de um mito fundador para a Igreja Evangélica Brasileira, sendo constantemente atualizado por meios de rituais que celebram sua origem primeira.

As relações existentes entre os fiéis da Igreja Evangélica Brasileira estão normatizadas por meio do habitus religioso e por uma sólida rotinização carismática, legitimada pela revelação e pelo reconhecimento da comunidade religiosa. A Igreja Evangélica Brasileira pode ser tomada como exemplo da dinâmica cultural brasileira, acentuando os aspectos híbridos e multiformes que compõem a religiosidade evangélica.

Autor: Adroaldo José Silva Almeida

Possui graduação em História pela Universidade Federal do Maranhão (2000) e mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Maranhão (2005). É membro fundador da Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR), atuando principalmente nos temas que envolvem práticas religiosas cristãs (católicos e protestantes) no Maranhão durante o século XIX, além de desenvolver trabalhos relacionados à História, Patrimônio e Memória. Atualmente é professor do IFET-MA.


Discurso, disciplina e resistências: as visitas pastorais no Maranhão setecentista
O livro analisa a rotina correcional eclesiástica denominada visita pastoral, criada na Idade Média e utilizada, a partir do Concílio de Trento (1545-1563), como instrumento de ação dos bispos sobre a normatização da vida familiar no período colonial. A seção decisiva desses processos era inquérito, através do qual eram perguntadas às testemunhas sobre um questionário previamente elaborado, oriundo da legislação eclesiástica colonial.

O autor examina os depoimentos através de noções foucaultianas de disciplina e discurso. A disciplina diz respeito ao entendimento de que, através de visitações, a Igreja implementava a vigilância sobre a Colônia lusitana. A noção de discurso, por sua vez, destaca a padronização que marcava o registro dos depoimentos pelo escrivão e a distância que esse discurso mantinha em relação à visão de moradores, visto que era composto por um vocabulário próprio, com termos específicos, que remetiam ao universo semântico de reforma da Igreja no século XVI.

Autor: Raimundo Inácio Sousa Araújo
Possui graduação em História pela Universidade Federal do Maranhão (2003), mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Maranhão (2005). Atualmente é professor do Colégio Universitário da Universidade Federal do Maranhão.

A outra justiça: a violência da multidão representada nos jornais
O livro analisa representações de aspectos relacionados à violência presente na página policial do Jornal Pequeno, periódico maranhense de circulação diária. Especificamente, a pesquisa esteve voltava à análise de discursos de agentes sociais responsáveis pela confecção de notícias no periódico, veiculadas entre 1993 e 2003, que narram e interpretam acontecimentos que aqui identifiquei como atos de justiça coletiva, comumente denominados de “linchamentos”.

Os recortes cronológico e espacial foram, respectivamente, o mencionado período de veiculação das notícias e o município de São Luís do Maranhão, no sentido de que os relatos de justiçamentos coletivos se referem exclusivamente a fatos ocorridos nesta cidade. Além de reportagens, foram também utilizadas como fontes de pesquisa fotografias publicadas no mesmo jornal e entrevistas com repórteres, editores e fotógrafos do periódico.

Autor Yuri Michael Pereira Costa
Possui graduação em História (2002) e Direito (2004) pela Universidade Federal do Maranhão, tendo concluído mestrado em Ciências Sociais, pela mesma instituição de ensino, em 2005. Atualmente é professor assistente I do Departamento de História e Geografia da Universidade Estadual do Maranhão.

Laços e enlaces: relações de intimidade de sujeitos escravizados em São Luís – Século XIX
No livro, o autor analisa as relações de intimidade, enfatizando os modos de organização familiar dos sujeitos escravizados em São Luís, na segunda metade do século XIX. A partir de uma vasta documentação que inclui, entre outros, documentos da Junta de Classificação de Escravos, registros eclesiásticos e jornais, foi possível recompor o cenário dessas relações, pensando a cidade como espaço de sociabilidade que permitia um contato maior entre os diversos segmentos e possibilitava a formação de relações de intimidade entre escravos, livres e libertos.

Na obra são destacadas as especificidades da escravidão no contexto urbano, tais como a maior mobilidade e as formas de controle, visando a ordenar as relações e punir as contravenções dos sujeitos escravizados. Também é feita referência às estratégias de resistência, enfatizando as fugas, suicídios e crimes por eles cometidos. As diversas formas de organização familiar dos escravos são ressaltadas, buscando-se identificar as possíveis absorções ou cisões em relação ao modelo de família burguesa, que se disseminava no Brasil no período em questão.

Ainda são discutidas as relações oficializadas pela Igreja Católica, destacando as especificidades dos casamentos entre escravos e entre estes e livres ou libertos. A reflexão sobre as relações consensuais pauta-se na análise dos papéis de pais, mães e crianças no contexto da escravidão. Na obra é feita referência, ainda, a outros sujeitos que faziam parte dessas famílias, como irmãos, avós e tios.

Autora: Cristiane Pinheiro Santos Jacinto
Possui graduação em História Licenciatura pela Universidade Federal do Maranhão (2000) e mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Maranhão (2005). Atualmente é professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão.

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