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SÃO LUÍS – Como parte da programação do II Seminário de Institutos, Colégios e Escolas de Aplicação (Sicea)  e ainda como comemoração do Jubileu de Ouro do Colégio Universitário (Colun), ocorreram, nesta sexta, 9, duas mesas-redondas voltadas para a temática da educação e inclusão: “Educação inclusiva, informação e conhecimento no mundo digital: desafios da escola contemporânea” e “O lugar do outro: diferenças e diversidade cultural no ambiente escolar”.

O professor Rafael Vasques Brandão, diretor do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e palestrante da mesa-redonda sobre educação inclusiva após a participação do técnico-administrativo do Colun, Mayk da Silva Machado, abordou a questão do conhecimento e da informação no mundo digital sob a perspectiva da utilização da tecnologia como forma de ampliar o conhecimento para todos.

“Dentro desse panorama, trouxemos alguns conceitos que temos trabalhado no Colégio de Aplicação, como tecnologias abertas e livres, ciência cidadã e aberta. Buscamos, então, dessa forma, democratizar um pouco mais o acesso à informação e ao conhecimento para todos, o que, de certo modo, se coaduna com essa ideia de educação inclusiva”, destacou.

Em seguida, na mesa-redonda sobre “O lugar do outro: diferenças e diversidade cultural no ambiente escolar”, a professora Alice Alexandre Pagan, da Universidade Federal de Sergipe, discorreu sobre a importância da observação do “outro” (o ser humano que é diferente do observador), relacionado à análise do “eu” (a própria composição psicossocial e cultural deste mesmo observador), como forma de evitar imposições culturais e mais desigualdades sociais.

“Não posso falar do ‘outro’ sem o ‘eu’. Quantas relações superficiais construímos por medo de aprofundar o nosso próprio ‘eu’? Na minha experiência como professora trans, percebi coisas que são sérias nessa questão. Nossas experiências de ensino-aprendizagem são baseadas na formação técnica, mas e a afetividade, e a escuta, onde ficam? E esse é o convite que quero fazer: antes de olhar para o outro e querer acrescentar algo a ele, temos que refletir quanto do outro está em nós”, discorreu.

Em seguida, a supervisora escolar do Colégio Universitário, Cláudia Simone Carneiro Lopes, debateu sobre a formação do currículo na educação básica e a responsabilidade do professor em passar conhecimento aos alunos. “O currículo é onde se caracteriza o saber e o poder, e nós, professores nessas relações de poder, é que vamos passar o saber aos alunos. O currículo e seu estudo é o espaço para discutirmos qual é o papel do professor e as implicações do domínio que impomos ao ‘outro’, ao aluno”, destacou.     

O II Seminário de Institutos, Colégios e Escolas de Aplicação (Sicea) irá até a tarde desta sexta-feira, 9, com a realização das mesas-redondas “Democracia e Educação: as reformas educacionais em curso no Brasil” e “Saberes e experiências na educação básica: repensando o currículo e a formação docente”, das 14h às 16h, além da apresentação artística “A história é uma estória, e o homem é o único animal que ri”, do premiado grupo de teatro Entrecena, do próprio Colun, às 16h30, e a conferência de encerramento, às 17h.

Confira a programação do II Sicea

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Produção: Luiz Gabriel Bastos
Revisão: Jáder Cavalcante
Fotos: Matheus Werneck
Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Tatiane Raquel e Luciano Santos
Última alteração em: 06/12/2018 15:17