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A expectativa pelo parto é o ápice de meses de cuidado da mulher para a chegada do bebê. E nesse momento surgem dúvidas sobre qual a melhor opção: parto normal ou cesáreo. Trata-se de um tema polêmico que tem sido discutido tanto no meio acadêmico como na adoção de medidas de saúde pública.

A Universidade Federal do Maranhão, através do Hospital Universitário Materno Infantil e do Departamento de Enfermagem, desenvolve práticas e debates acerca do tema. A professora do Departamento de Enfermagem e Obstetrícia, Luzinéa Frias, explica que o parto normal sempre é a melhor opção porque proporciona um breve restabelecimento do organismo. “ Além disso, não há necessidade de anestesia ou de permanecer internada no hospital”. Luzinéa afirma, ainda, que é importante manter a autonomia da gestante, independentemente da modalidade. “A mulher precisa ser responsável por aquilo, estar ativa, afinal trata-se do corpo dela.”

Em um levantamento feito pelo Ministério da Saúde em 2008, foi diagnosticado que a cesariana representa 43% dos partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na rede privada, este índice é maior, chegando a 80% (dados de 2006). O recomendado pela Organização Mundial de Saúde, é 10 a 15 %. Na saúde pública, o parto cesáreo só é realizado mediante indicação obstétrica, enquanto que no setor privado, a escolha pode partir da própria mulher. No Materno Infantil, a proporção de cesáreas e partos normais é semelhante devido à posição de referência do Hospital em lidar com gestações de alto risco. Em 2007, por exemplo, foram realizados 1726 partos cesáreos e 1785 normais. Na estrutura do Hospital é possível encontrar UTI neonatal, sala de reanimação e outros equipamentos que propiciam esse destaque e aumentam a demanda no local, que hoje atende pacientes vindas inclusive do interior do estado.

“Nesse momento é importante a presença dos familiares, assegurada pela Lei do Acompanhante, além de ações para desmistificação da tensão, realizadas através da dispersão e do trabalho pré-parto”, esclarece a professora, destacando as políticas de humanização, praticadas pelo Hospital Universitário Materno Infantil.
"O preparo da mulher para o parto é extremamente importante", reforça a professora. Luzinéa e uma equipe de professoras do Departamento de Enfermagem desenvolvem o projeto de extensão “Educação e Cuidado para a Saúde da Mulher nas Várias Fases da Vida”.

PERFIL
Luzinéa Pastor Frias é graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Maranhão e mestra em Enfermagem Obstétrica. A professora do departamento de Enfermagem atua no projeto de extensão “Educação e Cuidado para a Saúde da Mulher nas Várias Fases da Vida” e é doutoranda em Políticas Públicas.