UFMA

SÃO LUÍS - O cientista e professor aposentado, Warwick Estevam Kerr, morreu neste sábado, 15, aos 96 anos de idade, em decorrência de uma parada cardíaca. O pesquisador foi responsável pela descoberta da espécie abelha "africanizada" e o primeiro brasileiro a fazer parte da Academia de Ciências nos Estados Unidos, além de membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciência do Terceiro Mundo.

Ele era defensor da preservação do meio ambiente e da valorização da fauna, flora e das comunidades tradicionais. O entomologista, engenheiro agrônomo e doutor em Genética Warwick Estevam Kerr escolheu, por vontade própria, morar no Maranhão, após a sua aposentadoria como docente da Universidade de São Paulo, em 1981. Ele queria contribuir para o avanço do ensino e da pesquisa em um dos estados mais pobres da nação, onde residiu por oito anos, tempo necessário para que fundasse o departamento de Biologia, o Laboratório de Genética (LabGeM) e o curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Maranhão. Pela dedicação à área, à pesquisa científica e às causas sociais, a reitora Nair Portela concedeu, em 17 de abril de 2017, o título de "Professor Honoris Causa".

Warwick Kerr é reconhecido internacionalmente por seus trabalhos científicos e é considerado como o maior especialista em genética de abelhas do mundo. Ele nasceu em 1922, em Santana do Parnaíba, em São Paulo, possuía pós-doutorados na Columbia University e University of California System, ambas nos Estados Unidos, com atuação em genética de abelhas e melhoramento vegetal. Ministrou aulas em diversas universidades norte-americanas e publicou diversos livros na área de apicultura. Os dados apontam para 648 trabalhos científicos, cujos escritos podem ser encontrados em revistas renomadas como a Science, Evolution e The American Naturalist.

Kerr Foi o primeiro diretor-científico da Fundação de Amparo ao Ensino e à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Cumpriu dois mandatos à frente da Sociedade Brasileira de Genética e atuou ativamente como membro da Academia Brasileira de Ciência (ABC). Ele ainda foi reitor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, professor livre-docente da USP e de docente titular da UFMA e da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Orientou centenas de alunos em todo o Brasil.

Sua dedicação em gerar conhecimento e trabalhos em comunidades carentes, ensinando-lhes as fontes de alimentos regionais ricas em vitaminas, rendeu a ele o título de "Cidadão Ludovicense", pela Câmara Municipal de São Luís, e de "Cidadão Maranhense", pela Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, em 1988.

O velório será iniciado às 17h no Memorial Campos Elísios, em Ribeirão Preto-SP, e a cerimônia de cremação está prevista para as 9h desse domingo, 16. O professor completou 96 anos de idade no dia 9 de setembro e deixa seis filhos. A esposa faleceu no ano passado.

A Universidade Federal do Maranhão, por meio do curso de Biologia, se solidariza com a família e os amigos e presta seus votos de profundo pesar.

Quer ver uma iniciativa bacana do seu curso divulgada na página oficial da UFMA? Envie informações à Ascom por WhatsApp (98) 98408-8434.
Siga a UFMA nas redes sociais: Twitter, Facebook, Instagram, YouTube e RadioTube

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Ascom
Última alteração em: 18/09/2018 15:39