UFMA

SÃO LUÍS – O curso de Licenciatura em Artes Visuais da UFMA tem se desenvolvido muito com o passar dos anos, fruto da consequência do trabalho e da renovação da política pedagógica do curso, além da qualificação dos professores. O resultado disso é o salto ao conceito Nota 4 considerado “Muito Bom”, recebido pelo curso em avaliação recente do Ministério da Educação, uma vez que, em 2012, a nota atribuída pelo MEC foi 2.

Alcançar essa nota, no entanto, não foi tarefa fácil, como pontua a professora e ex-coordenadora do Departamento de Artes Visuais, Regiane Aparecida Caire da Silva. Via-se a necessidade de fazer uma renovação completa no curso que, até então, era mais centrado na teoria do que na prática. Baseado nisso, a então coordenadora observou todos os pontos negativos relatados pela avaliação do MEC e decidiu trabalhar para melhorá-los, tomando-os como ponto de partida para a implementação de medidas que elevassem não apenas o conceito do curso, mas a motivação dos próprios docentes e alunos. Hoje a coordenação do curso está sob a direção do professor Paulo César Alves de Carvalho.

Receita de bolo

Regiane Caire, que foi coordenadora por mais de cinco anos, explicou que o curso sofria com algumas deficiências, e a principal delas era a quantidade de disciplinas teóricas e a escassez de disciplinas práticas, o que não era algo bom para a efetiva aprendizagem dos alunos.

E ela fez uma analogia da situação com uma receita de bolo: apenas ler a receita e decorá-la não vai fazer o bolo. Se não pegarmos os ingredientes e não o fizermos, ele não sairá do papel: “No curso, faltava justamente os ingredientes práticos para dar o alicerce da Licenciatura em Artes. E nesse sentido nós tínhamos muitos ateliês desativados. Fotografia era uma disciplina optativa que nunca era ofertada, e esses lugares funcionavam apenas como depósitos”.

Para mudar isso, foram reativados esses espaços para uso dos discentes. Com a nova política pedagógica do curso, que foi aprovada em 2016, os ateliês passaram a ser usados como laboratórios de aulas práticas. Os ateliês de cerâmica e gravura por exemplo, aliados às disciplinas de desenho e pintura que já estavam em vigor, passaram a servir de reforço às aulas práticas do curso, o que estimulou ainda mais os estudantes no processo de aprendizagem além de aumentar a concorrência, como destaca a ex-coordenadora.

“Então nós passamos a trabalhar muito com as cadeiras práticas e isso melhorou bastante para os alunos. Hoje a nossa nota de corte no Enem até aumentou, porque a procura do curso está sendo maior”, comentou.

Investimentos nos docentes

Outra medida tomada que contribuiu para a elevação do curso no conceito da avaliação do MEC foi o investimento no quadro de docentes. Foram realizados concursos para o quadro de professores, e os três aprovados tinham formação com doutorado, e, além disso, foram realizadas providências para preparar ainda mais os professores que já estavam no curso.

“Nesse período, alguns professores que tinham a especialização saíram para fazer mestrado. E nós buscamos também investir na qualificação dos professores que já estavam no quadro, o que é muito importante para o curso, renovar e qualificar os docentes”, destacou.

Primeiro passo dado rumo à pós-graduação

Agora que o curso subiu no conceito, a professora ressalta suas novas perspectivas para o futuro dentro do curso de Artes Visuais. O objetivo principal, no entanto, é a instituição de um Programa de Pós-Graduação voltado para o curso, e o primeiro passo seria alcançar um bom conceito na avaliação do MEC.

“Nós queremos pensar em um curso de pós-graduação. Nós temos o Prof-Artes que é uma pós-graduação de um condomínio de universidades gerenciado pela Udesc, no Sul, mas queríamos realmente uma pós-graduação de artes visuais da UFMA. E, para termos isso, precisávamos subir a nota na avaliação. Agora que conseguimos, só precisamos estender ainda mais o nosso quadro de professores com a formação de doutores. Estamos caminhando para isso, já que, até o final do ano, teremos cerca de dez doutores no curso”.

A professora também reitera a necessidade da criação de uma pós-graduação própria das Artes Visuais que não se aproxime dos estudantes apenas no conteúdo, da área de afinidade, mas do próprio local em que ele será realizado. “Existem ex-alunos que são casados, que trabalham. Então como eles vão sair daqui para fazer um mestrado em outro estado? Realmente precisamos ter um curso de mestrado aqui, e esse é o nosso objetivo maior agora”, finalizou.

Quer ver uma iniciativa bacana do seu curso divulgada na página oficial da UFMA? Envie informações à Ascom por WhatsApp (98) 98408-8434.
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Produção: Luiz Gabriel Bastos
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Tatiane Raquel
Última alteração em: 05/09/2018 14:40