UFMA

SÃO LUÍS - Quarenta anos. Esse é o tempo de carreira que a professora Maria Teresa Rabelo, carinhosamente chamada de Estrelinha, tem no teatro. Ela será a homenageada na XII Semana do Teatro no Maranhão, que ocorre do dia 27 de novembro a 3 de dezembro. Com uma vasta experiência no ensino de Artes Cênicas, além de participações em filmes e espetáculos e a publicação de livros, a professora concedeu entrevista à equipe da Assessoria de Comunicação da UFMA, contando um pouco mais sobre o desejo de ser atriz, a sua trajetória na Universidade e a homenagem que receberá na Semana de Teatro. Confira a entrevista.

ASCOM: Como surgiu o desejo de ser atriz?

Estrelinha: Isso foi quando entrei na Universidade para fazer Letras. Na época, o professor Mário Cella era chefe do Departamento de Assuntos Culturais e ele mesmo fazia as propagandas dos projetos sobre o coral, cinema, grupos folclóricos e teatro. E eu me interessei pelo cinema, já que desde criança eu queria trabalhar com cinema e música. Fui para participar do projeto Irá Cine Clube e ainda fiquei lá durante um ano. Então eu chegava cedo e assistia ao coral e depois fui aos ensaios do grupo de teatro, até começar o projeto de cinema. Vendo-os eu comecei a me interessar e acabei deixando o cinema, que trabalhava com algo mais técnico como roteiro e filmagem, e entrei para o grupo de teatro, onde me apaixonei ainda mais.

ASCOM: Quais foram os momentos marcantes em seu trabalho no cenário do teatro maranhense como atriz?

Estrelinha: Olha, foram tantos... Mas um momento bem marcante foi quando eu fiz a personagem Pierrot da peça “Um Raio de Luar”, uma peça infantil em que eu era apaixonada pelo meu personagem. A outra, foi a peça “A Casa de Bernarda Alba”, quando eu fiz martírio, que assim como Raio de Luar, também foi na direção de Aldo Leite. Outro momento muito importante foi na peça “O Castigo do Santo”, também na direção de Aldo Leite, na qual ele me ofereceu o papel de Estrela, o que influenciou fortemente no apelido que tenho hoje.

ASCOM: Como começou sua carreira acadêmica na UFMA e como você define sua trajetória na Universidade?

Estrelinha: Eu fui aluna desta UFMA, então eu a tenho como minha casa. A UFMA me deu praticamente tudo o que eu sou e hoje, como professora e profissional, eu tento retribuir a ela tudo o que ela me deu. Eu tenho um carinho e um amor muito grande por ela e eu entrei aqui, como já disse antes, para fazer letras e paralelamente eu fazia teatro com o projeto Gangorra, também da Universidade. A partir daí veio o curso de Artes Cênicas e eu fiz através do vestibular interno. Daí não parei mais. Quando eu prestei concurso para professora e passei em primeiro lugar, até me assustei, porque eu já trabalhava no Liceu Maranhense e no Cema, mas eu não esperava que fosse professora aqui. Então eu tomei a decisão de deixar os meus empregos lá para lecionar na UFMA e hoje eu digo que não me arrependi de ter tomado essa decisão.

ASCOM: Como você se sente sendo homenageada na Semana do Teatro no Maranhão?

Estrelinha: Assim, eu não faço as coisas pensando “ah porque eu sou isso, porque eu sou aquilo”, eu faço porque eu gosto de trabalhar com amor, com carinho, com o meu coração, e quando vêm os prêmios e essas coisas eu até fico assustada, porque eu penso: “será que eu realmente mereço?”. Quando eu recebo essas notícias, eu recebo com muita naturalidade, eu não me envaideço. Esse reconhecimento eu agradeço demais, mas eu não me envaideço. Eu me sinto lisonjeada, porque eu vejo que o meu trabalho realmente é reconhecido.

ASCOM: Qual foi a experiência mais marcante que você vivenciou nesses anos de magistério e carreira de docente?

Estrelinha: Eu gostava muito da “cadeira” de Tópicos Especiais, uma disciplina que eu tenho muito carinho, porque ela era muito envolvente e era um momento muito interessante. Outra disciplina que eu gosto muito é improvisação e jogos teatrais. Os alunos gostam demais, eles ficam alegres, eu também fico alegre junto com eles e todos adoram a disciplina. Marcou-me muito também, os projetos de extensão que eu fiz parte. Os projetos incluem a Biblioteca Setorial de Arte, que já está com 15 anos, o projeto 5ª de Arte, que já vai fazer 22 anos, e o GUT, Grupo Universitário de Teatro. Eu também tinha um projeto de extensão para a comunidade, a Arte e Educação na vida da criança e do adolescente, que durou entre 13 e 14 anos, que foi feita em muitas comunidades, inclusive no Coroadinho e na Vila Conceição.

ASCOM: Diga uma palavra que possa resumir toda essa sua paixão pelo teatro e por ensinar.

Estrelinha: Transformação. Sempre trabalhei no sentido de transformar algo para melhor, essa é a grande paixão que eu tenho. É fazer o bem para o outro. 

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Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Tatiane Raquel
Última alteração em: 06/11/2017 18:51