UFMA

SÃO LUÍS – Em 2017, faz 10 anos que a Universidade Federal do Maranhão instituiu as cotas raciais na graduação, fato que levou a reitora Nair Portela assinar uma portaria que cria o grupo de trabalho para instituir ações afirmativas na Pós-Graduação.

Nos últimos anos, considerada como uma referência na pesquisa da temática das relações raciais, a UFMA tem tido uma importância muito grande na promoção de políticas de igualdade racial no estado, tanto é que foi a primeira universidade brasileira a criar o curso de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, em 2015.

Algumas universidades públicas brasileiras, em diversos programas de pós-graduação, como as universidades federais de Goiás (UFG), Fluminense (UFF), da Bahia (UFBA), de São Carlos (UFSCAR) e, mais recentemente, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), já adotaram as políticas de ações afirmativas para negros, quilombolas, indígenas, transexuais, travestis, transgêneros e pessoas com deficiências, ampliando a diversidade étnico-racial e de gênero em seu corpo discente, buscando representar a sociedade da melhor maneira.

A proposta se enquadra no Estatuto da Igualdade Racial, Lei Federal 12.288/2010, que estabelece diretrizes para igualdade racial na educação por meio de ações afirmativas, e na Lei Federal nº 13.409, de 28 de dezembro de 2016, que altera a Lei 122.711/2012 e inclui a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos de nível médio e superior das instituições federais de ensino.

De acordo com o professor do curso dos Estudos Africanos e Afro-Brasileiros, Richard Christian Pinto, esse é mais um avanço que a UFMA dá em direção à superação do racismo no País. “Quando a Universidade discute a implantação de políticas de ações afirmativas na pós-graduação, seguindo a legislação vigente, ela dá continuidade à sua trajetória de fato, que é buscar a superação do racismo no Brasil”, afirmou.

Para o estudante do curso de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros e diretor de negros/as do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Charles Alves, a criação da portaria remete ao avanço que a Universidade deu não só na graduação, mas também na pós-graduação, permitindo o acesso de toda a sociedade ao ensino superior. “Para nós, da gestão ‘Nada será como antes’, é um passo importantíssimo que a Universidade dá ao possibilitar o debate em relação às cotas na pós-graduação, porque contempla a população negra, que é a maioria no Maranhão, mas pouco representada na Universidade”, lembrou.

Saiba +

Em uma reunião realizada no dia 3 de julho, a reitora Nair Portela e o vice-reitor e pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Fernando Carvalho, acolheram a proposta de implantação do projeto “Debates e Seminário sobre Ações Afirmativas na Pós-Graduação da UFMA”, que visa à integração dos câmpus da Universidade Federal do Maranhão no processo de construção de ações afirmativas para negros, indígenas, quilombolas, ciganos, quebradeiras de coco babaçu, pessoas trans e pessoas com deficiência.

 

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Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Deolindo Deolino
Última alteração em: 10/07/2017 13:24