UFMA

SÃO LUÍS - Com o intuito de resgatar os direitos fundamentais a vida do Surdo, a Liga Acadêmica de Saúde ao Deficiente Auditivo e Surdo (Lasdas) da Universidade Federal do Maranhão apresentou, na última sexta-feira, 23, no I Workshop em Comunicação em Libras, a palestra “A história da educação de Surdos”, ministrada pelo professor do curso de Letras/Libras, Arenilson Ribeiro.

A luta da pessoa com deficiência é relembrada em todo o país no dia 21 de setembro. A data simboliza o combate das pessoas com deficiência por mais igualdade e inclusão social. A história da educação de surdos é marcada por diversas tentativas e métodos de aprendizado. Todos os países precisaram convencionar uma linguagem gestual específica para educar os surdos. Porém, em alguns países, como na Alemanha, a língua de sinais não foi aceita e os alunos foram obrigatoriamente oralizados, como explicou Ribeiro.

“A princípio, a Alemanha recusou a língua de sinais para o ensino de surdos. Eles acreditavam que os alunos aprenderiam a falar por meio da leitura labial, método do oralismo. Uma tentativa que não trouxe bons resultados, pois o desenvolvimento educacional dos surdos alemães decaiu”, disse.

Segundo o professor, impedidos de se comunicar por gestos durante as aulas, os surdos tinham as mãos atadas. Anos depois, vendo a falibilidade do método, os alemães reconheceram a necessidade da convenção de uma língua para o aprendizado dos alunos.

No Brasil, a educação de surdos foi garantida em 1856. A implantação de um instituto de educação exclusivo para surdos partiu do francês Enert Huet, que a pedido de Dom Pedro II, criou o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), com sede no Rio de Janeiro.

Enert Huet teve a oportunidade de criar a Língua Brasileira de Sinais (Libras), que, por ser desenvolvida por um francês, tem forte influência da língua francesa de sinais, como explicou o professor Ribeiro.

“Na Libras, existem alguns sinais que são equivalentes aos sinais da língua francesa, por exemplo, o sinal de falar se faz com a letra p e não com a letra f, pois falar em francês é parler”, complementou.

Desde a fundação do Ines, a luta pela cultura linguística dos surdos tem crescido. Além de acesso à educação, os surdos reivindicam também o direito à saúde. O dilema começa, quando os profissionais da saúde não são capazes de estabelecer uma comunicação direta com os surdos por não conhecerem a Libras, como afirma a advogada e especialista em defesa da pessoa surda, Maria Aparecida de Almeida Araújo.

“Assim como todos, os não-ouvintes necessitam de qualidade no atendimento médico, mas muitos profissionais desconhecem a língua de sinais e, por isso, deixam a desejar em suas consultas. É fundamental que o profissional aprenda Libras”, pontuou.

Saiba mais

O I Workshop em Comunicação em Libras abordou a temática “Libras como instrumento de Comunicação na área da Saúde”. O tema foi retratado por meio de palestras e pelo minicurso “Noções Básicas de Libras para a área de saúde”.

===

Quer ver uma iniciativa bacana do seu curso divulgada na página oficial da UFMA? Envie informações à Ascom porWhatsApp (98) 98408-8434.

Siga a UFMA nas redes sociais: Twitter, Facebook, Instagram, YouTube e RadioTube.

Quer ver uma iniciativa bacana do seu curso divulgada na página oficial da UFMA? Envie informações à Ascom por WhatsApp (98) 98408-8434.
Siga a UFMA nas redes sociais: Twitter, Facebook, Instagram, YouTube e RadioTube

Revisão: Débora Santos

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Ariele Jullian
Última alteração em: 26/09/2016 14:32