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Estudantes e professores discutem intolerância contra religiões de matriz africana

Evento ocorreu nesta quinta-feira (21) e abordou o preconceito através do ensino ministrado nas escolas e também de experiências pessoais

Publicado em: 22/07/2016

SÃO LUÍS – O desconhecimento em relação à cultura africana gera um ambiente propício à intolerância, proporcionando sofrimento a todos aqueles que fazem parte da população negra e que têm seus direitos de pertença e identidade racial muitas vezes negado em função do racismo. Esta foi a conclusão geral a que chegaram estudantes e professores da UFMA, após debate sobre a intolerância contra as religiões de matriz africana, realizado na última quinta-feira (21), no Hall do Centro de Ciências Humanas (CCH).

A temática do debate foi abordada a partir do ensino nas escolas e também de experiências pessoais. De acordo com Richard Christian, integrante do núcleo de Estudos Africanos Brasileiros e professor do curso de Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da UFMA, a disciplina de ensino religioso é mal trabalhada nas escolas.

“Segundo a Lei nº 9.475, as aulas devem ser facultativas, o que não é informado aos alunos, que ficam obrigados a estudar uma religião específica determinada pela escola em questão. A Lei também determina que o ensino deve ser realizado sem proselitismo, ou seja, sem tentativa de conversão, contemplando a pluralidade de religiões da sociedade brasileira. Porém, o que vemos é a presença forte do catolicismo e do protestantismo”, alertou o professor.

Richard ainda chamou atenção para a realidade do ensino das religiões de matriz africana. “Quando não ignoradas, elas são apresentadas de forma pejorativa, difundindo o preconceito com os praticantes”, destacou. Já a pesquisadora em Linguagem e Relações Raciais da UFMA, Carolina Lopes, destacou a importância de debates abertos ao público de escolas públicas e privadas, a fim de desmitificar o preconceito que ainda existe em relação aos negros e suas crenças.  

“Com a vinda dos europeus e a escravização, vivemos no Brasil um processo violento e doloroso de discriminação institucional, física e moral. É preciso que analisemos as estruturas que nos são colocadas e impostas pela sociedade eurocentrada. Nos livros didáticos convencionais distribuídos nas escolas não há registros sobre nossa cultura e nosso povo. Há uma desvalorização de quem tanto contribuiu para o crescimento cultural desse país”, declarou a pesquisadora.

Segundo Carolina Lopes, a intolerância está ligada a um sistema europeu que tenta se impor à sociedade. “Sofri e sofro até hoje por não ser aceita pela minha crença e quando utilizo minhas vestimentas em locais públicos”, lamentou a pesquisadora. Para ela, a questão da intolerância está diretamente ligada ao racismo. No caso das religiões, por serem de origem africana, sofrem uma discriminação ainda maior.

Saiba mais

As religiões de matriz africana são vistas como símbolos de resistência e de luta da cultura africana. Podem ser divididas em dois tipos: as religiões tradicionais africanas e as religiões afro-americanas. Conhecemos as religiões afro-brasileiras como Candomblé, Batuque (no RS), Umbanda (a mais tipicamente brasileira), Xangô, Tambor de Minas, Cabula, Encantaria, entre outras tantas. A diversidade nominal das religiões de matriz africana deve-se, em parte, às diferentes nações que deram origem ao povo africano no Brasil.

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Produção: Adriana Morais
Revisão: Débora Santos

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Carina Andrade
Última alteração em: 22/07/2016 20:37

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