UFMA

SÃO LUÍS – Desde o início das investigações, no dia 22 de outubro do ano passado, o Ministério da Saúde já confirmou 404 casos de microcefalia no Brasil. Preocupado com a incidência da doença, o curso de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão realizou, na manhã desta quinta-feira, 04, na Unidade Básica de Saúde da Vila Cafeteira, a primeira oficina de detecção precoce dos casos de microcefalia, com o intuito de capacitar os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) na realização adequada do exame para a identificação da doença.

Ministrada pela estudante de Enfermagem, Jaiza Souza Penha, a oficina esclareceu que o Zika vírus é transmitido pela picada do mosquito Aedes Aegypti, mesmo vetor da dengue e da febre chikungunya, e que já foi confirmado pelo Ministério da Saúde a relação do Zika Vírus com a microcefalia. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral o que torna o trabalho dos ACS importante na luta contra a propagação e identificação dessa doença.

A microcefalia deve ser identificada logo após o nascimento, com a medição da circunferência da cabeça do bebê (perímetro cefálico) nas primeiras 24 horas. O agente deve ficar atento à visita domiciliar na primeira semana de vida da criança, pois a suspeita de microcefalia se dá quando a circunferência é menor que 32 cm.

Na oficina, a estudante Jaiza usou “Maria Clara”, uma boneca, para ensinar aos agentes como se faz a medida adequada do perímetro cefálico do bebê. “Com esse surto de microcefalia, é importante explicar aos agentes de saúde a relação do Zika vírus e microcefalia, e é primordial capacitá-los na medição do perímetro cefálico do bebê, pois é um dos principais métodos para identificar a microcefalia”, ressaltou.

A oficina, que surgiu dentro da disciplina do sétimo período "Saúde da Criança e do Adolescente" e foi orientada pela professora Georgina Macedo, recebeu o apoio da servidora do departamento da Criança e do Adolescente da Secretaria de Estado da Saúde, Márcia Lima, que parabenizou a iniciativa e disse que pretende expandir esta ação. “É importante o trabalho de conscientização feita por esses alunos quanto a prevenção do Zika vírus e do diagnóstico da microcefalia, pois ajuda o Estado no combate a doença. A Secretaria de Saúde caminha para expandir ações deste tipo, utilizando vídeo aulas em diversos municípios”, disse.

Para a agente comunitária de saúde, Suziane Sousa Cunha, é importante participar desta oficina para atender melhor à comunidade. “Estamos adquirindo informações, nos capacitando, para atender a comunidade e avaliar corretamente os casos de microcefalia, para providenciar os cuidados necessários”.

Estiveram envolvidos na oficina, os alunos de enfermagem Alex Marques, Alisson Roberth Santos, Carla Abreu e Joselma Silva e a enfermeira de Estratégia e Saúde da Família, Daniela Andrade.

Saiba mais

A microcefalia é uma anomalia em que o perímetro cefálico (circunferência da cabeça) está menor do que o esperado para determinada idade. Pode ser acompanhada de crises convulsivas, paralisia cerebral, retardos no desenvolvimento cognitivo, motor e fala, além de problemas na visão e audição. O tratamento da criança com microcefalia envolve um plano de reabilitação que compreende fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.

Confira as medidas de prevenção:

• Eliminação dos criadouros do vetor em pontos estratégicos de bairros e cidades;
• Campanhas de limpeza urbana;
• Definir as áreas mais críticas de transmissão e priorizar os locais onde há concentração de pessoas;
• Gestantes deverão manter o cartão de vacinas atualizado;
• Informar a gestante sobre o risco relacionado ao uso de medicamentos sem prescrição médica;
• Evitar horários e lugares com presença de mosquitos;
• Utilizar roupas que protejam partes expostas do corpo;
• Utilizar repelentes nas partes expostas do corpo segundo orientação profissional;
• Uso de mosquiteiros, roupas longas e claras, usar telas protetoras nas portas e janelas;
• Procurar serviço de saúde se houver qualquer alteração.

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Revisão: Patrícia Santos

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Maiara Pacheco
Última alteração em: 05/02/2016 15:46