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Amazontech 2008

Publicado em: 20/11/2008

Há algum tempo, o meio-ambiente tem se destacado nas discussões em todo o mundo. Com o aquecimento global e outros problemas ambientais, as práticas ecologicamente corretas se tornaram as medidas mais imediatas e simples para a preservação da natureza. O professor do curso de Administração, Clézio Amorim, deu uma entrevista à ASCOM sobre a consciência ambiental e as possibilidades de um consumo consciente. O professor já desenvolveu a pesquisa “Um dia sem meu carro”, em parceria com o Detran de Curitiba, e atualmente realiza um estudo sobre “Gestão sustentável do produto eco-turístico em parques nacionais”.

Confira a entrevista

Ascom – A consciência ambiental é muito discutida hoje em dia e muitas pessoas têm noção do que seria o comportamento ecologicamente correto. Na sua opinião, ela está presente nas práticas diárias da população brasileira?

Clézio Amorim – A prática ecológica não está presente e deve levar ainda muito tempo para ser uma realidade no Brasil e no mundo. A consciência ecológica requer de nós, abrir mão de alguns confortos, que nem sempre as pessoas estão dispostas. Por exemplo, foi realizada uma pesquisa em Curitiba sobre o consumo de hortaliças sem agrotóxicos. Todos optariam por comprar, mas quando foi colocado o valor das verduras, pouquíssimos estavam dispostos a pagar por aquele produto ambientalmente correto.

Outra pesquisa, em parceria com o Detran, foi “Um dia sem o meu carro”. Poucas pessoas queriam abrir mão do carro, para ter uma cidade menos poluída. As tecnologias limpas ainda custam muito para a realidade brasileira. Até temos vontade, mas na prática ainda estamos longe. Quando se diz para reduzir a água ou a energia, e essa prática compromete o conforto de um banho demorado e quente, muitas pessoas não estão dispostas a abrir mão. O apelo ecológico agrega valor ao produto e faz com que este seja mais caro. Quando falamos da classe C e D, é difícil sustentar esse discurso.

Ascom – As pessoas são ambientalmente conscientes na hora de consumir?

Clézio Amorim – Acredito que todos têm o desejo de ser conscientes, mas, na prática, o apelo para comprar produtos como o veículo, que é sinônimo de status, poder e reconhecimento, fala mais alto. E o pior: não basta comprar o carro, é preciso trocá-lo anualmente. A moda tem um ciclo de vida muito curto e uma roupa não se usa mais no verão seguinte e, mesmo assim, ela não é doada para outra pessoa. As roupas antigas ficam nos guarda-roupas e mais matéria-prima é consumida para obter menos benefícios.

Ascom – Como você imagina que as empresas possam contribuir para uma transformação do consumo, tornando-o mais consciente ambientalmente?

Clézio Amorim – A colaboração delas pode ser feita por meio da produção de produtos com mais durabilidade, voltando a aumentar o ciclo de vida dos mesmos. Os produtos precisam ser mais atemporais e menos modistas. Outra forma é estimular o retorno do produto após a satisfação da necessidade para reaproveitamento da matéria-prima, como o alumínio, vidro, plástico, etc. Porém, essa prática poderá reduzir o consumo dessas matérias e também a produção de outras empresas. Essa redução não interessa para um grupo de empresas. É uma equação difícil de fechar.

Ascom – É necessária a intervenção governamental nas empresas para alterar a forma de produção e fazer com que a consciência ambiental esteja presente na forma de consumir?

Clézio Amorim – Não acho certo trabalhar com intervenções. Sou a favor de estímulos, como incentivos fiscais para empresas que reduzem o consumo de matéria-prima, que aumentam o ciclo de vida dos produtos, que fazem a coleta seletiva e disponibilizam espaço para os seus consumidores depositarem o lixo decorrente da compra, entre tantas outras idéias criativas. Por exemplo, a prefeitura de Curitiba trocava cestas básicas por lixo caseiro de famílias pobres. Medidas como essas são mais educativas e podem ser aplicadas no setor empresarial. O estímulo causa menos resistência que a intervenção legal.

Ascom – Há alguma diferença entre a consciência ambiental no Brasil, que possui uma vasta biodiversidade, e a de outros países?

Clézio Amorim – Acredito que não. Parece que para nós, o apelo é maior, pois somos símbolo do país verde, por termos a Amazônia. Mas creio que é mais pressão do que propriamente desejo de melhorar a nossa consciência ambiental. O Brasil avançou muito e somos um dos países com prática e políticas de responsabilidade ambiental modelos para o mundo.

Mesmo com a imagem do desmatamento e das queimadas, nós nos sobressaímos no mundo pelo discurso e pela prática ambiental. Mais pelas ações governamentais, das empresas e ONGs e menos, pela consciência da população. A maioria das empresas desenvolve práticas ambientalmente responsáveis, a fim de agregar valor ao seu produto ou serviço. Poucas fazem porque é correto ou ético. Se países mais desenvolvidos deixassem de exigir tais selos verdes, eu tenho dúvidas se todas as empresas brasileiras que trabalham com práticas ambientais continuariam com os esforços nesse sentido.

Confira na opção download a programação completa do Amazontech 2008 ou neste endereço: http://www.ufma.br/arquivos/programacao_do_amazontech.pdf

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