UFMA

SÃO LUÍS - A vida de Maria Vitória Pereira, como a de muitas mulheres brasileiras, trabalhadoras, que lutam todos os dias para garantir um futuro digno para os seus filhos parece enredo de novela, com direito a história de superação, onde a ficção se confunde e se funde - com a realidade: aos 50 anos, mãe de três filhos, “a Tia do Lanche”, como é chamada pelos alunos do Centro de Ciências Sociais que todos os dias vão para a entrada do CCSo “matar a fome” nos intervalos das aulas, é uma das pessoas mais queridas do prédio.

Dona de um sorriso acolhedor e de uma grande simpatia, a “Tia do Lanche” conquistou ao longo dos anos não apenas uma sólida clientela, mas o carinho de alunos e professores. Mas, a vida de Dona Vitória nunca foi fácil. A moradora do bairro do Sá Viana começou a trabalhar na Universidade Federal do Maranhão em 1995, por meio de uma empresa prestadora de serviços que fazia a limpeza da Universidade. Entretanto, no ano de 2002, Dona Vitória foi demitida e ficou sem renda para sustentar os três filhos pequenos. “Fiquei sem trabalhar por algum tempo e o meu filho ainda estudava. Tive dificuldade de comprar o fardamento e o material escolar”, afirmou.

Em 2006, Dona Vitória voltou a trabalhar na UFMA a convite de uma amiga que também trabalhava com a venda de lanches e ao longo desse tempo, criou um vínculo afetivo com as pessoas que estudam ou que trabalham no prédio. “Esses anos todos eu conheci muitas pessoas, tanto alunos quanto professores dos departamentos de Serviço Social, Pedagogia e Comunicação. Muitos já saíram ou já estão aposentados, mas a minha relação com todos eles sempre foi muito boa. Gosto muito deles e creio eu que todos eles gostam muito de mim”, disse, afirmando que é um trabalho que ela gosta de fazer, e que estará desenvolvendo até o dia que Deus permitir.

Dona Vitória conta também que compra os lanches que vende no CCSo e que é uma luta diária levá-los para o Campus, pois os alimentos são conservados em caixas de isopor para que estejam sempre com boa qualidade para o consumo e que é sempre muito difícil conseguir transporte para chegar na Universidade.

Por fim, a “Tia do Lanche” deixa um recado para todos aqueles que ajudam diariamente com o seu trabalho, comprando os lanches que contribuem para o sustento de sua família. “Eu amo a todos vocês de coração e que possamos sempre permanecer nesse clima de união”, concluiu.

 

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Revisão: Patrícia Santos

Lugar: Cidade Universitária do Bacanga
Texto: Daryanne Caldas
Última alteração em: 17/12/2014 17:58