UFMA

SÃO LUÍS – Na última terça-feira (21), durante seu aniversário de 48 anos, a Universidade Federal do Maranhão se tornou detentora de 70 mil peças arqueológicas encontradas no terreno da Refinaria Premium em Bacabeira. Com a presença do coordenador do Laboratório de Arqueologia da UFMA (LARQ), professor Alexandre Navarro, o arqueólogo da Petrobrás, Arkley Bandeira, que, junto à sua equipe, fez o estudo arqueológico, encontrou as peças, fez limpeza e acompanhou o transporte das peças da cidade de Bacabeira ao Campus do Bacanga, deu a posse dos artefatos à UFMA.    

A partir da manhã desta quarta-feira (22), as peças estarão em processo de organização pelo LARQ no Miniauditório do andar térreo, Asa Norte, do Centro Pedagógico Paulo Freire, na Cidade Universitária. As peças datam de período histórico e pré-histórico, com artefatos de 9 mil anos atrás e até do período colonial. Segundo Arkley Bandeira, as peças representam o registro mais antigo de ocupação do Maranhão, sendo até mesmo incapaz supor, pelos artefatos mais antigos, a etnia de povos que viviam há 9 mil anos, período em que os habitantes possivelmente eram nômades, caçadores e coletores, e utilizavam instrumentos de pedra lascada.

Entre os artefatos recebidos estão peças de cerâmica, lâminas de machadinhas, instrumentos de pedra lascada e pedra polida, pilões, artefatos de engenho, entre outros, sendo que a maioria das peças encontradas em nove sítios arqueológicos de Bacabeira são de cerâmica. “O estudo de várias dessas peças será muito útil para se descobrir a origem, os hábitos alimentares, os costumes e até o processo de ocupação de vários desses povos”, disse Bandeira, que realizou o trabalho arqueológico entre 2009 e 2013 no município maranhense.

O arqueólogo consultor da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) do Maranhão, Danilo Assunção, comentou que a instituição é responsável por acompanhar todo o processo de descoberta e transferência de posse das peças para a UFMA e destacou a formação do LARQ para receber artefatos arqueológicos e promover o desenvolvimento de conhecimento científico. “Tínhamos a dificuldade de encontrar um local adequado para abrigar as peças arqueológicas em grande quantidade e ter condições para que pudessem ser estudadas no Maranhão. A UFMA é o melhor espaço para receber os artefatos, porque nela os alunos também estarão envolvidos no estudo e na produção de conhecimento e pesquisas”, frisou.

Alexandre Navarro, como coordenador do LARQ, tem a mesma linha de pensamento que Assunção e comentou que, com a posse das peças fará estudos, análises em laboratórios, exposições futuras junto aos alunos participantes do LARQ. “Poderemos até mesmo abrir nossas portas a outros arqueólogos para que realizem pesquisas sob o olhar e auxílio do laboratório”, disse o professor. 

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Revisão: Charles Mendes

Lugar: Cidade Universitária do Bacanga
Texto: Luciano Santos
Última alteração em: 22/10/2014 15:32