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SÃO LUÍS - "Eu achava que os morcegos eram roedores das plantas, mas agora percebi que eles têm grande importância na natureza". Estas foram as palavras de Ryan Victor Silva Viégas, de apenas 12 anos de idade, durante a sua visita ao estande do Curso de Ciências Naturais do Campus de Imperatriz da Universidade Federal do Maranhão, que apresentava a exposição do Projeto Morcegos no Maranhão, exposto no estacionamento do São Luís Shopping por ocasião da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia começou na segunda-feira, 13, com várias exposições. A Universidade Federal do Maranhão participa no evento com nove estandes e seis tendas, sendo que uma delas é do Projeto Morcegos no Maranhão, coordenado pelo professor Ciro Líbio, do Departamento de Ciências Naturais do Campus de Imperatriz da UFMA, e que conta com a colaboração de um aluno de mestrado e cinco de graduação.

Os morcegos, como aprendeu o jovem Ryan Viégas, promovem a polinização de flores de diversas plantas no cerrado e na Amazônia. Dispersam sementes de plantas, ajudando na regeneração de áreas degradadas e realizam o controle de insetos nas lavouras, diminuindo o uso de pesticidas.

Para Maria Julia Tavares, estudante de ensino médio, essa exposição ajuda a desconstruir o mito sobre os morcegos. “Quando penso no morcego, lembro do filme ‘Drácula’, porque para mim o morcego era um vilão, mas agora sabendo da sua importância para o meio ambiente, quebra aquele preconceito”, concluiu Maria Júlia, num tom alegre após receber todas as informações acerca do mamífero.

De acordo com os dados já obtidos em pesquisa sobre o número de plantas associadas aos morcegos na América Latina, 360 espécies de plantas aumentam através da polinização e 549 espécies por dispersão dos mamíferos voadores. Na Ásia e África, a polinização é de 168 e dispersão é de 139.

Essa pesquisa tem como objetivo mapear e analisar as paisagens onde encontram mais morcegos e descobrir qual tipo de paisagem esses mamíferos preferem. De acordo com o coordenador do projeto, Ciro Líbio, a pesquisa pretende ver as áreas prioritárias para conservação e saber quais são as áreas mais habitadas pelos morcegos e se essas áreas estão sendo impactadas na agricultura. “Pretendemos entregar os resultados finais da pesquisa para os órgãos públicos, principalmente a Secretaria do Meio Ambiente”, ressaltou. O pesquisador ainda conta que a ideia é expandir a pesquisa para saber o estado de reprodução de cada espécie, tipo de comida e quais estão em extinção.

A pesquisa de morcegos começou há quatro anos, e o ‘Projeto Morcegos no Maranhão’ começou há um ano, dando continuidade ao que foi começado anos atrás. O seu resultado final vai servir de tese de doutorado do coordenador do projeto, Ciro Líbio.

Esta é a primeira vez que este trabalho é exposto na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, mas segundo o coordenador, a ideia é levá-lo também para outros municípios onde as principais coletas foram feitas. “Pretendemos levar essa mostra para os municípios onde as coletas foram feitas, a fim de incentivar a conservação e proteção ambiental”, contou.

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Revisão: Patricia Santos

Lugar: Cidade Universitária do Bacanga
Texto: Deolindo Deolino
Última alteração em: 17/10/2014 19:59