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Com o avanço da indústria farmacêutica mundial e brasileira, auxiliada pela invejada biodiversidade brasileira, a farmacologia e a toxicidade dos princípios ativos das plantas são elucidadas dia a dia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população mundial fazem uso de plantas medicinais para o tratamento de suas enfermidades. No entanto, o uso indevido desse tipo de medicamento tem preocupado pesquisadores brasileiros, pois no Brasil, de acordo com dados do Ibama, o comércio de medicamentos fitoterápicos brasileiros movimenta cerca de US$ 260 milhões de dólares ao ano.

Pesquisadores do Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológica (Sinitox) estão desenvolvendo uma pesquisa que visa produzir uma cartilha que veiculará informações à população sobre a toxicidade, os perigos diversos das plantas medicinais e as doses certas a ser ingeridas. A pesquisa surgiu da suspeita de que os responsáveis pelas vendas desse tipo de produto, os chamados mateiros, comercializam o produto sem o profundo conhecimento dos efeitos, chegando, até mesmo, a prescrever receitas para seus clientes.

“A utilização de plantas em tratamentos de saúde são importantes porque representam um método prático, porém só há resultados positivos quando utilizados mediante estudo específico. Dessa forma, acredito que o lançamento da cartilha terá papel fundamental no esclarecimento sobre o uso racional dos medicamentos fitoterápicos”, esclareceu o chefe do Departamento de Farmácia, professor Raimundo Antônio Gomes.

A cartilha esclarece as peculiaridades de cada planta, principalmente quanto ao seu uso e forma de preparação, utilizando uma linguagem mais acessível a fim de alcançar um público mais generalizado. A expectativa é de que haja relevante contribuição na diminuição gradativa dos casos de uso indevido dos medicamentos, inclusive de substâncias que são ingeridas, ao invés de ser usadas apenas externamente.