Palavra do Reitor
O enunciado é uma adaptação da célebre frase proferida pelo filósofo e educador canadense Marshall McLuhan. Ele se referia a uma teoria que se tornou extremamente conhecida dos estudiosos de Comunicação, mas que tem pertinência com a mensagem do feriado da última quinta-feira, durante o qual cristãos católicos do mundo inteiro celebram o dia de Corpus Christi, cuja tradução literal é o Corpo de Cristo.
Esta comemoração tem menos de oitocentos anos. Independente da data festiva, a ideia de corpo sempre esteve presente no Cristianismo. Jesus dá a esse dia uma feição e significado quando se apresenta, em certo momento de seu ministério, com a frase “este é o meu corpo”, enquanto partilhava o pão com seus discípulos.
A escolha do símbolo tem pertinência vital para seus primeiros seguidores e para nós. O pão era o alimento principal na mesa, especialmente dos mais pobres. Saciava a fome dos seus ouvintes e se tornou a mensagem e o meio de comunicar as Boas Novas. Um corpo que alimenta os corpos – físicos e etéreos, aos quais chamamos de alma – e o Corpo que Paulo, com sua proverbial perspicácia e sabedoria, chamará de Igreja. Daí a relação com a frase que intitula o texto: o Corpo de Cristo, em si mesmo, é uma poderosa e singular mensagem.
Todos estes sentidos proferidos se fundem num só e se materializam na comunhão que evocava a mesa da partilha. Aprendemos, desde cedo, nas primeiras lições de catecismo, sobre o valor deste corpo, mas com a vida moderna, secularizada, instantânea, veloz, materializada, perdemos aquele sentido, pois o nosso comer – o fio de significado que nos leva à compreensão maior da fé – transformou-se em um problema de saúde pública. Come-se demais, desequilibram-se as funções do corpo. Saciamo-nos, mas continuamos vazios.
Come-se fast food para aquietar as angústias e ansiedades que nos espreitam. Exagera-se na dose e perdemos rumos internos e transcendentes, porque nossa sociedade consumista impõe modos e formas para os quais não estamos preparados. Engole-se o alimento e quase não se ouve o eco das mães zelosas ralhando como quando éramos filhos pequenos, para que comêssemos de boca fechada e mastigássemos bem o alimento para uma boa digestão.
Não me distancio do tema. É que ao redor da mesa, por tempos imemoriais, foi o lugar por excelência para o congraçamento com os familiares, para a troca de afeto, ensino dos filhos, para o acolhimento do vizinho e do estranho. Hoje não temos tempo: temos medo. Nosso corpo sofre a solidão de pratos frios ou requentados, esposos e esposas espalhados nos shoppings, no trabalho excessivo, no trânsito; os filhos catatônicos na frente de uma TV ou de um computador.
Jesus se oferece como pão vivo. É seu corpo sem pecado que se torna palco vivo e visceral da separação entre o homem e Deus, do pecado e da redenção, da rebeldia e da reconciliação. Corpo que, enquanto vivo e personificado no Emanuel, experimentou sede e fome, alegria e tristeza, angústia e alívio. A encarnação num corpo é mensagem de solidariedade com todas as nossas mazelas e nossa humana forma de ser. Corpos que se desgastam com o tempo, que sofrem deterioração e ficam doentes, sentem dores e muitas alegrias.
Nossos corpos, único meio de realização pessoal, instrumento de ações benfazejas. Corpos produtivos com o trabalho à custa de suor, da inteligência, ferramenta de criação da arte, do belo, da canção, da poesia. No corpo celebramos nossa parecença com o Senhor e com Ele nos irmanamos.
Bendito Corpo, nosso e dEle, que se ofereceu em generosa bênção.
Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, ACM e AMC
Publicado em O Estado do Maranhão em 02/06/2013
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