Palavra do Reitor
Em 23/11/2011
A Universidade Federal do Maranhão se sente honrada com a realização da 9ª Conferência sobre a Prevenção da Doença Renal em Populações Desfavorecidas na América do Sul e Caribe e o 7º Encontro Brasileiro de Prevenção da Doença Renal Crônica. Desde 2006, quando aconteceu o I Encontro Nacional de Prevenção de Doença Renal Crônica, este evento faz parte do calendário oficial da Sociedade Brasileira de Nefrologia.
É comum ouvir dos especialistas que a doença renal crônica é uma das epidemias do século XXI ao lado do diabetes, obesidade entre outras morbidades. Estima-se que apenas no Brasil há atualmente dez milhões de portadores de doença renal, considerando todos os estágios da doença. No mundo, dados aproximados indicam que há mais de um milhão de pessoas em tratamento renal substitutivo por falta de uma política pública de prevenção que minimizasse esse quadro.
O último censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, relativo ao ano base de 2009, registra 90 mil pessoas em diálise. Números de tal dimensão parecem assustadores e, no entanto, mal conseguem revelar o crescimento exponencial da doença, pois se considera que é expressiva a quantidade de pessoas que ou não sabem que tem a doença e ainda se trabalha com subregistros.
No Brasil, a prevalência da doença renal crônica no último estágio, é de 41 casos por cada cem mil habitantes. Como se este dado não fosse suficientemente grave, associam-se a ele em equivalente nível de registros alarmantes, o Diabetes Mellitus com 8 milhões de portadores, 33 milhões de portadores de hipertensão arterial, 17 milhões de idosos e 16 milhões de pessoas obesas, todos eles fatores condicionantes e mesmo fundamentais no desenvolvimento da doença renal.
Considerando este quadro, há urgente necessidade de se estabelecer parâmetros epidemiológicos mais confiáveis no Brasil ou pelo menos mais aproximados da realidade para cujo desafio nossa estrutura de saúde, neste particular, não consegue atender pelo menos para minorar o problema.
Todos os envolvidos com este tema concordam que as causas são multifacetadas e com forte componente sócio-econômico, daí a oportuna temática a ser desenvolvida pela 9ª Conferência, que tanto a doença renal como as comorbidades associadas enquadram-se, não como doenças da pobreza, mas que atingem de maneira especialmente relevante às classes menos favorecidas, em virtude de terem menos acesso ao sistema de saúde, alimentação adequada, educação de alta qualidade, fator que é um aliado poderoso nas políticas de prevenção. Vários estudos têm mostrado a forte relação de fatores econômicos, incidência de DRCT, quantidade e qualidade dos serviços ofertados para tratamento como forma de controle de contenção da doença.
Somos a sétima economia do mundo e acostumamo-nos a ouvir que o Brasil é um país rico, o que é verdade, mas, ainda que se considere a recente ascensão social de milhões de brasileiros, mal nos deslocamos da indigência. Ainda estamos na 84ª posição no índice de desenvolvimento humano entre os 178 países que participam deste ranking. O Maranhão, figura na penúltima colocação entre os estados brasileiros no quesito desenvolvimento humano. Estamos, desta forma, irmanados duplamente àqueles que são o alvo dos debates deste evento. Nosso desafio é duplo, pedirá mais criatividade, dedicação e gestão administrativa e econômica regida pela ética e, por que não dizer, amor ao serviço público.
O Brasil tem hoje, o maior serviço público de saúde do mundo. E tem conseguido, a despeito dos grandes desafios que incluem suas dimensões continentais e a frágil distribuição e renda interregional, melhorar muitos dos índices de qualidade de vida. A Política Brasileira de Atenção ao Portador de Doença Renal, estabelecida a partir de junho de 2004, organizada de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de Estado e Município da Saúde, é um exemplo de grande avanço, contudo, ainda há muito trabalho a ser feito.
Para os países em desenvolvimento, o fator econômico tem especial relevância na implantação de serviços suficientes e com qualidade. As estimativas sugerem que os custos com terapia renal substitutiva, entre os anos de 1991 e 2000, foram de US$ 470 bilhões, em todo o mundo, enquanto as projeções de gastos para a primeira década do novo século, chegaram a US$ 1,08 trilhão. Os custos com as diferentes modalidades de tratamento, também se apresentam como um fator impactante na economia dos países, comprometendo a disponibilidade da TRS para todos os pacientes.
Em muitos casos, a solução parece ser reduzir custos para poder ofertar mais procedimentos, o que na maioria das vezes compromete a qualidade do tratamento. Estudos brasileiros mostram que um paciente em hemodiálise custa R$ 54 mil reais, enquanto a diálise peritoneal não passa de R$ 51 mil reais. Esta economia depende da melhoria da gestão, esclarecimentos e política pública específica. Os gastos com tratamento da DRC no Brasil superaram R$ 1 bilhão no ano de 2004; esse valor representou quase o dobro do que foi gasto em 1999 (aproximadamente R$ 574 milhões). Por ano, o Ministério da Saúde gasta cerca de R$ 2 bilhões de reais apenas com o tratamento renal substitutivo e 89,4% dos recursos para tratamento dialítico são provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Estamos diante de um enorme desafio. Medidas urgentes para o controle do avanço das Doenças Renais precisam ser tomadas. A formação de profissionais de saúde, capazes de responder às demandas da coletividade, jamais deve ser esquecida em debates tais como os que serão realizados neste Encontro, e nada melhor do que fazê-lo dentro de uma Instituição Universitária, local onde este processo de formação se inicia.
Assim, medidas de prevenção devem sempre ser norteadas na qualificação da assistência e educação permanente dos profissionais da saúde envolvidos com o atendimento dos portadores de doenças renais ou populações de risco, em acordo com os princípios da integralidade e humanização. De tal forma que não poderíamos deixar de mencionar a importância da abordagem multidisciplinar em saúde, junto à população de risco, por meio de medidas que possam retardar a progressão da doença e, mesmo depois da evolução para estágios avançados da disfunção renal, ajudar o paciente a desenvolver uma auto-imagem positiva, a descobrir maneiras novas de viver dentro de seus limites e a desenvolver um estilo de vida que lhe permita assumir a responsabilidade por seu tratamento e auto-cuidado, enfim, ser um indivíduo ativo na sociedade em que vive.
Desejo pleno sucesso aos trabalhos que hoje se iniciam e espero que dos debates que serão desenvolvidos nasçam propostas para a solução dos problemas aqui trazidos. Um excelente encontro para todos!
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