Palavra do Reitor
A estrela reluzia nos céus da mais histórica de todas as noites quando os anjos entoaram: Glória a Deus nos mais altos céus e paz na terra aos homens de boa vontade. A frase proferida pelo coro celestial descrito pelo Evangelista Lucas, quando do nascimento de Cristo, ecoa ainda a distintas gerações e é um alerta para que nunca esqueçamos que, mais que um canto, a paz na terra é uma dádiva a ser cultivada sempre.
Semear a paz nem sempre é tarefa fácil em meio às intempéries que nos assolam o caminho, tentam impedir nossa alegria e nos trazem o desafio hercúleo de, apesar de tudo, sermos pessoas melhores. Mas ela é uma possibilidade real se estivermos de fato comprometidos com o exemplo que o Príncipe da Paz nos inspira a imitar – não apenas nesta época do ano, quando as atenções se voltam para a celebração de seu nascimento, mas em todos os dias que Ele nos concede viver.
Por isso mesmo, para além das festividades, a mensagem do Natal é a encarnação do Filho de Deus – com seu legado de fé, amor e justiça – e Sua humanização, no dizer do apóstolo Paulo, escrevendo aos filipenses: “antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e reconhecido em figura humana” (Filipenses 2.7). A encarnação de Cristo é o amor de Deus revelado, provado, gracioso em favor de todos. Cristo na terra é Deus esvaziado de sua glória e infinitude, invadindo a temporalidade, disponível, abençoador, caminhante de nossa mesma estrada.
E, a despeito de sua riqueza e do seu profundo significado religioso, o Natal é também uma ocasião para festejar nossa humanidade e nos fazer recordar cada valor que torna a vida fresca e digna de ser vivida. Por isso mesmo, os anjos proclamam em seu canto a paz aos homens de boa vontade. E quem são estes? São os homens e mulheres que exercem a tolerância, a justiça, o respeito. Que se irmanam com seus semelhantes, que abraçam a piedade, que sonham e lutam por dias melhores. Que repartem abraços, sorrisos, incentivos. Que disseminam o amor, que ajudam, que sorriem com as vitórias – suas e dos outros –, que enxugam as lágrimas dos que choram, que animam o cansado, que socorrem os desvalidos. Homens e mulheres de boa vontade existem ao nosso lado e são eles a prova de que Deus nunca deixou de se importar com a humanidade.
Por falar em importar-se com o outro, lembro a lição daquele Samaritano da parábola descrita nos evangelhos. A mensagem ali é a de não esperar a data marcada no calendário para fazer o que é certo: o samaritano era um legítimo homem de boa vontade que atendeu à vocação de servir, independentemente da etnia ou religião do outro, de suas crenças ou valores.
No famoso conto de Charles Dickens, espíritos natalinos fazem com que Ebenezer Scrooge, um dos personagens mais conhecidos da literatura ocidental, perceba sua miserável existência como algo vazio e sem qualquer valor transcendente. Scrooge é um homem empedrado, insensível à sua própria humanidade. Ora, se assim é, como pode perceber seu próximo em sua necessidade ou em qualquer outro aspecto humano? Felizmente, o conto de Dickens reserva um final feliz para o personagem que vê sua vida transformada quando finalmente entende o verdadeiro sentido do Natal. O binômio paz na terra aos homens de boa vontade é inseparável e só se torna realidade quando homens e mulheres, assim como Scrooge, entenderem o que ele representa.
O ano que está prestes a iniciar já reserva inúmeros desafios para os novos governantes que irão comandar, no Executivo e no Legislativo, os rumos dos milhares de municípios Brasil afora. Meu desejo é que cada homem e mulher, imbuídos dessa nobre missão, abriguem, em seu interior, a boa vontade de contribuir – com seu talento – para o crescimento de nossa sociedade; de comprometerem-se com a causa pública e de proporcionarem dias melhores para esta e para as futuras gerações. E, se assim o fizerem, a paz reinará de forma indizível e de forma coletiva na vida de cada um individualmente.
Que seja Deus todos os dias glorificado nas alturas: o Natal aponta para esta vida, aqui e agora, e para o porvir, pois os habitantes do céu são aqueles que vivem a mensagem de Cristo todos os dias, sobretudo no dia em que se comemora o seu nascimento.
Tenham todos um abençoado e feliz Natal.
Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, ACM, AMC e AML
Publicado em O Estado do Maranhão em 23/12/2012
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