Palavra do Reitor
“Nada do que foi será, de novo, do jeito que já foi um dia” - cravou Lulu Santos, em uma de suas canções. Seria profecia? Com o avanço da pandemia em todos os continentes, o mundo perplexo pensa sobre viver nestes tempos. Além da luta travada para evitar ainda mais a propagação da doença, o vírus impõe novos desafios, novos efeitos, para que negócios, instituições, empresas, igrejas e até relacionamentos pessoais continuem a existir.
O home office que, entre nós, parecia uma alternativa distante, ou provisória, passou a ser, para uma grande leva de profissionais, a forma de manter o vínculo de trabalho. Estudiosos do mercado vislumbram que algumas empresas podem adotar integralmente esse modelo de trabalho, ou instituir um rodízio entre equipes, para trabalharem em casa e, justamente, evitar aglomerações.
As grandes lojas físicas viraram pequenos centros de distribuição, com a possibilidade de comprar pela internet. As academias reuniram seus materiais e passaram a alugar para as pessoas interessadas em não deixar os exercícios físicos de lado. O ramo dos restaurantes teve que se adaptar às encomendas via delivery, para não fechar as portas. Aumentou, ainda, o acesso às plataformas de streaming, aplicativos que permitem reuniões virtuais com diversas pessoas, em distintos e distantes pontos do planeta, assim como visitas virtuais a museus e casas de entretenimento.
Novos hábitos de compras pela internet também foram detectados. Dados divulgados esta semana pela Compre & Confie, uma empresa brasileira de inteligência de mercado, cujo foco é o e-commerce, revelam que produtos das áreas de alimentos e bebidas, brinquedos e instrumentos musicais foram os que mais dispararam nos pedidos, durante o isolamento social.
Donos de pequenos negócios abraçaram as mídias sociais como forma de ampliar a clientela e fortalecer a marca. Marketing Digital, E-Commerce e Varejo Digital são expressões que se tornaram comuns no vocabulário de quem está no mercado. Até a Medicina, vejam só, teve que se adaptar: com a autorização da Telemedicina, diversos profissionais passaram a atender seus pacientes, de casa, de forma confiável e segura para ambos.
A imprensa já noticia casamentos realizados a distância, numa cerimônia que, presencialmente, só estão os noivos e o celebrante, acompanhados por seus parentes e amigos queridos, “de perto”, porém separados pelas telas. A mesma coisa acontece com outras datas especiais: os amigos promovem lives e encontros virtuais como forma de comemorá-las. Mas essas são as mudanças externas.
Quanto às nossas mudanças pessoais, às quais cada um de nós está tentando se adaptar, certamente levarão mais tempo. Exigirão que pensemos coletivamente, levando em consideração, a cada decisão, aqueles que estão mais próximos e adotando medidas de proteção e cuidado recíprocos e solidários.
Hoje, mais do que nunca, faz-se necessário repensar a prioridade do valor concedido às pessoas, em relação às coisas, e rever o lugar que reservamos à fé em Deus, à solidariedade, à credibilidade da ciência e ao impacto ambiental. Mas onde se aprende a viver sob os efeitos da vida que vem em ondas? Adaptação, resiliência e paciência são nossas novas companheiras nesta viagem que apenas se iniciou.
Fernando Pessoa, em versos como “navegar é preciso, viver não é preciso”, diz que viver é que é impreciso, muito mais que navegar. E por aí vamos: enfrentando os efeitos colaterais dessa imprecisão que surpreende, sem exceção, todo tipo de pessoa e de embarcação, diante da vida que vem em ondas. Se tivermos ouvidos atentos e sentimentos abertos como velas que nos garantem velejar, poderemos aprender que o novo normal é o início de mais uma grande onda da história da humanidade que vem assim, porque sempre virá. E que as próximas não sejam tão altas quanto esta que nos desafia nestes tempos de pandemia. Será profecia?
Natalino Salgado Filho
Reitor da UFMA, Titular da Academia Nacional de Medicina, de Letras do MA e da AMM.
Publicado em O Estado do MA, em 20/06/2020
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