Palavra do Reitor
As últimas semanas do mês de novembro foram marcadas por imagens tocantes: de um lado, a natureza agonizante nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo onde o rio Doce foi vítima de uma das maiores tragédias ambientais da história mundial e, com ele, diversas espécies de peixes, plantas e vidas humanas; do outro, dezenas e dezenas de pessoas que morreram sem saber o porquê (quando despreocupadamente aproveitavam a vida) foram escolhidas a esmo pela ideação religioso-política de um grupo que chama a atenção do mundo pela intolerância, ódio e preconceito.
“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos...”, avisa São Paulo ao jovem discípulo Timóteo. Numa outra versão da epístola paulina, a frase é traduzida por “tempos difíceis”. Sábia advertência a do apóstolo. Atravessamos, de fato, uma fase da história da humanidade em que os perigos estão cada vez mais crescentes, fluidos, invisíveis. Um mundo em que poucas pessoas continuam a acreditar que mudar a vida dos outros tenha alguma relevância para a sua, atesta Zygmunt Bauman, em “Tempos Líquidos”. É esse mesmo sociólogo que categoriza nesse livro as espécies de medo: o “que está diariamente saturando a existência humana” e o que nos “estimula a assumir uma ação defensiva. Quando isso ocorre, a ação defensiva confere proximidade e tangibilidade ao medo”.
A chamada tragédia de Mariana tem diversas faces e responsabilidades. Essas responsabilidades se originaram inicialmente pela omissão de autoridades que poderiam ter adotado uma atitude mais vigilante e envidado esforços mais significativos na ajuda às vítimas; pela inobservância por parte das mineradoras de levar em consideração os vários alertas emitidos por conta das estruturas das barragens, o que era seu dever cuidar; e pela atitude daqueles que poderiam - mas não quiseram - fazer da prevenção uma prática. Os especialistas dizem que, talvez, em uma década o Rio Doce ressurja. Mas até lá, espécies terão desaparecido para sempre e uma nova gera- ção crescerá assistindo ao resultado horrendo da lama que cobriu o rio e se espalhou pelo mar e consigo trouxe desespero e desesperança. Um cobertor que não aquece deixa de ser cobertor, afirma Dalai Lama.
Quanto ao terrorismo que se expande a cada dia, para desespero da civilização que assiste à destruição de valores que solidificaram a humanidade, há mais perguntas do que respostas. Recordo a fala do Papa, que considerou o atentado em Paris um ataque à humanidade, conclamando a união de todos para combater o que denominou de expansão do ódio assassino em todas as suas formas.
Por que será que os jovens estão dispostos a sacrificarem suas vidas quando podiam aproveitá- las fazendo o bem a si mesmo e ao próximo? Por que tanta energia gasta em destruir monumentos que nossos antepassados deixaram como registro de sua passagem pela terra? Por que tanto prazer em subjugar mulheres e crianças inocentes? As respostas não são fáceis, mas nesse momento lembrar a fala de Rubem Alves que dizia que sabedoria é sofrer pelas razões certas é extremamente oportuno.
Se tivermos a sabedoria de aprender as lições que as tragédias nos deixam, certamente estaremos preparados para não permitir que elas novamente ocorram. Que os desastres, sejam eles humano ou ambiental, despertem em nós a vontade e a ação de sermos melhores do que o ódio, o descaso e a negligência.
Publicado em O Estado do MA, em 06/12/2015
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