Palavra do Reitor
Encerramos o último artigo falando da trajetória percorrida pelo então diretor da Faculdade de Ciências Médicas, Pedro Neiva de Santana, em busca do reconhecimento do curso. Ele teve que perfazer um longo caminho nos gabinetes das autoridades do governo federal (quando a capital do país ainda era o Rio de Janeiro), empreitada esta que contou com o apoio de conterrâneos, a boa vontade de diversos políticos do Maranhão e a determinação dos jovens médicos que necessitavam do diploma reconhecido.
Não é demais relembrarmos que a Faculdade de Ciências Médicas fora criada por Dom Delgado em 1957 e sua autorização de funcionamento se deu logo no ano seguinte, em 03 de julho de 1958, mediante o Decreto nº 43941.
Com a Faculdade de Ciências Médicas, já somavam quatro as faculdades no Maranhão: a Escola de Enfermagem São Francisco de Assis, a Faculdade de Filosofia e a Faculdade de Serviço Social. Entretanto, não era o bastante para a instalação de uma universidade. Havia dificuldades de toda sorte. A quantidade de recursos era insuficiente para colocar em funcionamento essa almejada instituição de ensino e, por isso, se fazia urgente e necessário arregimentar mais recursos.
Foi então que Dom Delgado idealizou e colocou em prática, no ano de 1958, em âmbito nacional, uma grande tômbola (uma espécie de jogo beneficente cujos prêmios são apenas objetos), para arrecadar recursos em outros estados, e isso foi noticiado nos jornais da época.
Outro obstáculo surgido no meio do caminho foi o fato de que só existiam quatro faculdades e eram necessárias pelo menos cinco para atender à exigência da lei em relação ao processo de fundação de uma universidade. Dom Delgado, mais uma vez, saiu na frente e criou a Faculdade Católica de Direito, em 1961, que infelizmente ficou só no papel, pois não chegou a existir de fato. Mesmo assim, a estratégia deu certo: o presidente Jânio Quadros assinou o Decreto nº 50832, concedendo a essa reunião de faculdades o título de Universidade do Maranhão, sob a responsabilidade da Sociedade Maranhense de Cultura Superior (SOMACS). Era, na sua essência, uma universidade católica.
A mestra Paula Brito revela que foi precisamente no dia 25 de agosto de 1961 (dia dedicado a São Luís Rei de França) que se deu a instalação da Universidade do Maranhão, momento este que se caracterizou por reunir as faculdades de Filosofia, a Escola de Enfermagem, a Escola de Serviço Social e a Faculdade de Ciências Médicas, agregando, posteriormente, as faculdades de Direito, de Farmácia e Odontologia, e de Ciências Econômicas.
Acerca dessa universidade católica, o mestre Márcio de Souza Porto, ao escrever, em 2007, a dissertação “Dom Delgado na igreja de seu tempo (1963-1969)”, para obtenção do título de mestre em História, pela Universidade Federal do Ceará, informa que seu primeiro reitor foi o então bispo auxiliar de São Luís, Dom Antônio Fragoso, e que essa universidade fora criada também com o intuito de encontrar soluções para os problemas existentes no interior do Maranhão, sendo a falta de médico um dos principais.
Outro dado histórico importante que merece destaque nessa dissertação de mestrado é a menção a um artigo escrito pelo Padre João Mohana ao jornal cearense O Povo (datado de 27 de junho de 1975, com o título “Pelo Maranhão passou um homem preocupado com o Maranhão”), no qual ele elencou uma série de ações de Dom Delgado em terras maranhenses, como, por exemplo, a Cooperativa Banco Rural do Maranhão. Além disso, citou uma das maiores missões de Dom Delgado em solo maranhense, a qual foi definida por este da seguinte forma: “Educar o homem rural para que este possa tomar nas mãos o próprio destino”.
Ainda em relação a esse trabalho científico, uma curiosidade que vale a pena ser citada é a questão de que Dom Helder Câmara havia sido nomeado em 1963 pelo Papa Paulo VI, para substituir Dom Delgado no Maranhão; contudo, com a morte do então Arcebispo de Pernambuco, a história mudou, e Dom Helder teve que partir para a cidade de Recife.
A Universidade do Maranhão, conhecida como uma universidade católica, não duraria muito tempo. Uma série de fatores contribuiu para seu fim, dando origem à atual Universidade Federal do Maranhão. Em 1963, Dom Delgado parte para Fortaleza, deixando aqui um legado de fé e desvelo pela causa da educação. Todavia, meu caro leitor, este assunto não será tratado neste artigo, discorreremos mais detalhes sobre os seus últimos anos em nosso Estado e sua partida em uma próxima edição.
Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro do IHGM, da AMM, AMC e AML.
Publicado em O Estado do Maranhão em 14/05/2015
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