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Palavra do Reitor

Jerônimo Viveiros, o mestre

O dia 29 de novembro marcará meio século da partida de Jerônimo Viveiros. São Luís, assim como todo o Maranhão, tem uma dívida com este ilustre personagem, cuja obra, pouco conhecida, merece um olhar das novas gerações, alunos e professores. Jerônimo Viveiros merece um capítulo na história deste Estado pelo seu legado de devoção ao saber e à literatura.

Em setembro de 1959, escrevendo ao Jornal Pequeno, Josué Montello discorria sobre a alegria de ter reencontrado em São Luís seu amigo e ex-professor de História Universal no Liceu Maranhense, Jerônimo Viveiros, que, àquela época, com 75 anos, ainda era ativo cronista da história maranhense. “Viveiros é, hoje, com o seu vasto saber e a sua probidade de narrador, o perfeito patriarca da História do Maranhão”, disse Montello.

O inesquecível Mário Meireles, em seu depoimento ao livro “Memória dos Professores - História da UFMA e outras histórias”, credita ao professor Viveiros seu amor pela História que começou ainda adolescente quando era aluno do Instituto Viveiros, e isso o tornou um dos grandes historiadores do Maranhão, cujas obras se tornaram fonte valiosa de referência.

Mestre Viveiros reuniu a um só tempo o homem do quadro de giz e o pesquisador arguto, o escritor perspicaz e o apaixonado catedrático pela história, especialmente pela a do Maranhão. Em sua profícua vida de professor legou-nos obras como “História do Comércio do Maranhão” (três volumes); “Benedito Leite - um verdadeiro republicano”; “Alcântara em seu passado econômico, social e político”; e “A história da instrução pública do Maranhão”, todas elas hoje fontes inestimáveis de pesquisa acadêmica.

Nesse período, Jerônimo Viveiros lecionou história universal no tradicional Colégio Pedro II. Voltar à sala de aula foi um alento e uma forma de manter-se vivo no degredo de sua tristeza e saudade. Nesse decênio, contudo, a inteligência irrequieta e produtiva de Viveiros produziu inúmeros artigos e escreveu duas biografias: a de Gonçalves Dias e a de Celso Magalhães. Montello destaca que, após a aposentadoria do venerando Colégio, Viveiros realizou um único sonho: voltou a São Luís, o que fez com a mesma alegria de um aluno que parte para as férias.

Em suas memórias, o insigne Mário Meireles conta que, em 1940, retornando de Minas Gerais, passou no Rio de Janeiro onde morava o professor Viveiros. Foi ao Colégio Pedro II e, ao entrar na sala de aula, teve um encontro emocionante com o velho mestre que, ao vê-lo, o abraçou, o beijou e o chamou de “meu filho”. Em seguida, Meireles elogiou o educador perante a turma e então se sentou entre os alunos e o convidou a continuar a aula.

Mede-se um país, estado, cidade pelo valor e honra que dá aos seus professores. Jerônimo Viveiros marcou seu tempo, encarnou a essência do ensinar. Demonstrou paixão pela docência. Inspirou alunos. Deu uma singular contribuição à educação do Maranhão, mas, a despeito de ter sido distinguido com uma medalha, já na velhice, por ocasião do 350º aniversário de fundação de São Luís, Jerônimo é um ilustre esquecido, anônimo, que dá nome a uma rua (no bairro da Alemanha), a uma travessa (no bairro do São Cristóvão) e a duas escolas: uma na zona rural de Alcântara, sua terra natal, e outra em Carolina.

Algumas de suas obras foram reeditadas e uma, intitulada “Quadros da vida Maranhense”, permaneceu sem edição até 2009, quando foi publicada pelo Instituto Geia. Jerônimo Viveiros ainda tem aulas a dar, pois a verve de um homem como ele nunca morre. Que sua memória nunca se apague, que seus feitos nunca deixem de ser lembrados.

Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro da AML, do IHGM e da AMM

 

Publicado em O Estado do MA, em 01/11/2015
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