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Palavra do Reitor

Um poeta doutor
A Universidade Federal do Maranhão teve a honra de outorgar recentemente a dois grandes homens deste Estado a sua maior honraria: o Título de Doutor Honoris Causa. Um desses homens, que não está mais entre nós, é Jackson Lago, que, como canta Flávio Venturini, foi “Cavaleiro e senhor de casa e árvore/Sem querer descanso nem dominical”. O outro se trata de Nauro Machado, estrela de primeira grandeza na constelação maranhense, sobre o qual quero descrever algumas impressões.
 
Neste ano de 2015, Nauro completou a invejável marca de 80 anos. Mais do que um homem, ele é uma instituição. Nomeia praça, titula feira literária... É referência em literatura, além de ser inspirador de toda uma geração de poetas, sendo de fato um patrimônio imaterial desta cidade, deste Estado, deste país.
 
Se a determinada altura de sua vida Nauro afirmou que “Ser poeta é duro e dura e consome toda uma existência”, nós, maranhenses, agradecemos tamanho sacrifício, que permitiu que o poeta semeasse em nossas almas palavras dotadas de sentido eterno. Se para José Chagas o mundo era um misto de poesia e lavoura, ouso dizer que para Nauro, por seu falar desconcertante e único (parafraseando Ferreira Gullar), o mundo é muito mais: caótico, desconcertante, desordenado e paradoxalmente mais atraente, mais desejável.
 
Nauro chega a transcender sua obra, pois ele é mesmo um ícone desta ilha, ao lado de seus pores do sol, de seus casarões, becos, vielas, fontes, sobrados, mirantes. Sebastião Moreira Duarte, por ocasião do aniversário do poeta, escreveu que “Nauro é tão público que não pode fugir ao público”. Verdade inconteste: quem transita pelas mais antigas ruas de nossa cidade já deve tê-lo visto inúmeras vezes. Um homem inconfundível. Nauro deixou há muito tempo de ser substantivo para ser adjetivo de excelência.
 
Quando seu filho Frederico Machado, um apaixonado e talentoso profissional da Sétima Arte, revelou em entrevista ter se inspirado na ópera “O Anjo do Fogo”, do russo Sergei Sergeievich Prokofiev (compositor genial, que nessa obra conta a história de um Anjo redimido), para entremear poesias de Nauro em meio ao relato de um episódio trágico ocorrido no interior do Maranhão, explicando que foi a partir dessa junção que resultou o longa-metragem “O Exercício do Caos”, que arrancou boas críticas junto aos especialistas da área. Além disso, o público cinéfilo teve a oportunidade de conferir a (multi) dimensão da poesia naureana: densa, rica, instigante.
 
Soprado pelos ventos de bom augúrio emanados por Bragi, a quem os nórdicos atribuem a proteção aos poetas, o nosso bardo teve a ventura de ser agora reconhecido como o primeiro poeta na história da UFMA com esse título honorífico. Os poetas não escrevem, materializam sonhos, sujeitam emoções que são indizíveis com as palavras comuns. Ao contrário de Bandeira, que disse fazer versos como quem morre, Nauro vive a cada frase, altaneiro, sempiterno. Não precisa de tradução, interpretação: ele é pura poesia, é poeta. E por ter o dom de ver poesia quando outros só enxergam pedras, Nauro Machado é, sobretudo, um poeta doutor ou será um doutor poeta?
 
Doutor em Nefrologia, reitor da UFMA, membro da AML, do IHGM e da AMM
Publicado em O Estado do MA, em 25/10/2015
 
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