UFMA

SÃO LUÍS - No dia 8 de maio, é comemorado, em todo o país, o Dia Nacional do Turismo. A data foi instituída com a sanção da Lei 12.625/2012, em homenagem ao dia 8 de maio de 1916, ocasião em que o estado do Paraná solicitou a desapropriação e declaração de utilidade pública das terras das Cataratas do Iguaçu para a criação de um parque.

Desde então, a data tem o objetivo de não apenas a promoção e homenagem às práticas do turismo no Brasil, mas também para conscientizar a população para a valorização e a importância do patrimônio cultural e natural que forma o país.

Entre os pesquisadores da área, o Dia Nacional do Turismo também é de reflexão sobre os impactos do turismo. De acordo com o professor David Bouças, do Departamento de Turismo e Hotelaria, o turismo é um fenômeno social que provoca mudanças na sociedade e também é impactado com as transformações sociais, causada principalmente pelo desenvolvimento de tecnologias digitais de informação.

“Nós temos hoje tecnologias relacionadas à internet, redes sociais e aos smartphones, que modificaram nossa forma de interagir com as pessoas e com o mundo. E isso se reproduz na área do turismo, ou seja, décadas atrás nós tínhamos em evidência o papel do agente de viagem como papel central na cadeia produtiva do turismo. Hoje, esse meio é caracterizado por viajantes com posturas mais autônomas, que buscam essas informações em blogs, sites de hospedagem, entre outros”, destacou o docente.

Além disso, ele destacou que, na atualidade, uma área em ascensão é o turismo compartilhado, que foi impulsionado por essas tecnologias. Segundo o professor Bouças, essa prática gera uma série de benefícios ao viajante, entre eles o de interagir mais entre desconhecidos e de gastar menos na hora de viajar, com o compartilhamento dos custos.

“Que tipo de empresas são essas? Nós temos o AirBNB, que é uma plataforma que reúne formas de hospedagem em que o viajante, em vez de utilizar hotéis ou pousadas, aluga um quarto em um apartamento na casa de uma pessoa desconhecida, o que reduz o custo. Na prática, isso baixa muito os gastos de viagem, principalmente nesses momentos de crise”, explicou David Bouças.

Uma tendência na área turística tem sido o over-turismo, caracterizado, de acordo com o professor Bouças, como uma prática para controlar o fluxo de turistas em cidades que não conseguem mais atender à grande demanda de visitantes. Cidades como Amsterdam (Holanda) e Veneza (Itália) têm limitado o número de vagas de hotéis e de quartos nesses aplicativos para evitar que muitos visitantes afetem a preservação das cidades e a qualidade de vida dos moradores.

Diante desses cenários, ele aponta que os profissionais do turismo devem estar atentos a essas mudanças, já que são perceptíveis as mudanças de comportamento causadas pelas tecnologias.

“Eu vejo, assim como em diversos outros setores, desafios novos impostos aos profissionais. A gente tem, por exemplo, uma nova geração de consumidores que têm comportamento menor de fidelização, para os quais viajar é um estilo de vida, e a tecnologia digital é algo muito presente na vida deles. Logo a experiência deles com o turismo vai estar relacionada às tecnologias em todas as etapas da viagem. Por isso os profissionais e as empresas devem estar atentos a esse público e às mudanças”, frisou David Bouças.

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Produção: Marcos Paulo
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Marcus Elicius
Última alteração em: 08/05/2018 14:57