Trabalho escravo contemporâneo é debatido em mesa-redonda no Câmpus Imperatriz Universidade Federal do Maranhão - UFMA
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Trabalho escravo contemporâneo é debatido em mesa-redonda no Câmpus Imperatriz

Publicado em: 08/11/2017

IMPERATRIZ – "Trabalho escravo contemporâneo: os Impactos da Portaria nº 1.129/2017" foi o eixo central dos debates na mesa-redonda que ocorreu do dia 1º, no auditório do Câmpus Centro da UFMA, em Imperatriz. Promovido pelo Centro de Estudos sobre Educação, Terra e Trabalho do curso de Ciência Humanas da UFMA, e Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Padre Jósimo, com apoio da Universidade Federal do Maranhão e do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán, de Açailândia, o evento reuniu estudantes, sociedade civil, diversos centros de defesa dos direitos humanos e o Ministério do Trabalho de Imperatriz.

Representando o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán, Fabricia Carvalho da Silva destacou que o atual momento é de ameaça às políticas públicas de combate ao trabalho escravo no Brasil. “Às vezes falamos de trabalho escravo e muitas pessoas ainda acham que estamos falando do trabalho escravo antigo, e é, infelizmente, uma realidade atual, de um crime ainda praticado no nosso país", alertou.

Ela ressaltou um dado alarmante, que o Maranhão se configura como o estado que está entre os primeiros que utilizam a mão de obra escrava, assim como o de maior quantidade de pessoas resgatadas do trabalho escravo no Brasil. "Vivemos em um momento muito complicado, de investidas da bancada ruralista para mudar o conceito do trabalho escravo exposto na legislação. Isso é uma ameaça a todo o histórico de luta contra o trabalho escravo no Brasil”, expôs.

Para Ivano Rodrgues Sampaio, chefe da Fiscalização do Trabalho na Gerência de Imperatriz, a portaria nº 1.129/2017 representa um retrocesso social. “A Portaria nº 1.129/2017 significa um verdadeiro retrocesso social, cuja finalidade é apenas acabar com as canetadas, uma determinação emanada pelo poder público executivo destinada a estimular, obrigar, coibir ou regulamentar algo na esfera de sua atuação, além de afetar diretamente as fiscalizações, porque perdemos muito da nossa automonia. Essa portaria precisa ser discutida com a sociedade, a fim de aprimorar melhor o conceito de trabalho escravo”, observou.

O professor Alexandre Nogueira, coordenador do curso de Licenciatura em Ciências Humanas e mediador na mesa-redonda, disse que a universidade é mais que um berço para a formação intelectual, tem papel social de tornar o ambiente mais propício para abordar temas e discussões.

“A universidade tem o papel fundamental de pensar aquilo que está se passando com toda a sociedade, seja uma questão local até uma global. A UFMA nos últimos anos vem trazendo esses debates para dentro da instituição, trazendo a comunidade, trabalhadores afetados e sociedade civil organizada para discutir”, comentou o professor.  


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Texto: Raynan Ferreira
Última alteração em: 09/11/2017 11:23

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