Imperatriz

IMPERATRIZ - Uma vez por semana, oito estudantes e uma professora do curso de Licenciatura em Ciências Humanas da Universidade Federal do Maranhão, câmpus de Imperatriz, têm levado a moradores da comunidade “Viva Deus” educação e conhecimento para jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola durante a infância. A iniciativa faz parte do projeto de Extensão Grupo de Ensino e Extensão em Educação (Gepeee), coordenado pela professora Betania Barroso.

No Maranhão, segundo a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), divulgada em 2014, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve uma queda no número de analfabetos no estado, de 21,7% em 2003 para 17,9%, mas ainda assim, na faixa etária de adultos com mais de 50 anos, a queda foi menor. Com a proposta de educar essa faixa etária e os jovens, o projeto “Escola” iniciou-se em maio de 2016, e, na última quarta-feira, 19, sua primeira turma de alfabetizados foi formada.

As atividades do grupo são guiadas pela metodologia de ensino de Paulo Freire, que consiste na imersão do iletrado nas questões sociais e políticas para além da simples alfabetização. Na hora do ensino, os pesquisadores olham para a realidade da comunidade para ensinar de acordo com o que eles percebem na vivência do ambiente que as pessoas estão inseridas. Os moradores são divididos em dois grupos: os que precisam ser alfabetizados e os que já tem algum conhecimento e recebem formação política.

Para o morador Silvo Souza, a iniciativa é uma oportunidade de alcançar conhecimento e agregar valor na sua luta pela terra. "É um projeto fantástico. Estou muito feliz, satisfeito de como a escola na comunidade tem educado e orientado na nossa luta. Ele tem um efeito extraordinário na vida das pessoas, muito educativo, pois nos ensina por vários ângulos, principalmente sobre a luta social e entender a necessidade do ser humano. Eu, com certeza, pretendo seguir com o ensino e espero que mais pessoas da comunidade abracem esta causa", relata.

A aluna Adeluane Almeida, que ensina os moradores, diz que a maior recompensa é ver que aquelas pessoas que eles ensinaram, agora, têm um conhecimento para se abrir para o mundo. “É muito gratificante receber o 'obrigado' das pessoas por termos ensinado algo que pode parecer simples", conta a integrante do projeto.  

O projeto ainda estimula que os moradores participem do programa Encceja ─ que possibilita meios para certificar saberes adquiridos tanto em ambientes escolares quanto extraescolares ─ além de estimular que essas pessoas tenham interesse pela Universidade.

Segundo a coordenadora do projeto, professora Betania Barroso, o projeto é fruto da extensão universitária.  "O projeto tem o objetivo de alfabetizar jovens e adultos, bem como a formação Política e Emancipatória dos moradores da Comunidade. Além disso, o Projeto é comprometido com as questões do processo de assentamento. Os encontros ocorrem todas as terças-feiras, semanalmente, na comunidade; e todas as quartas, na UFMA, em fórum de reunião para avaliação dos encontros das terças, bem como para estudos e organização da programação do Projeto", explica.

Atualmente, o projeto tem ajudado cerca de 15 moradores da comunidade “Viva Deus”, na estrada do Arroz, mesmo diante das dificuldades. A escola de palha com estacas de madeira não diminui a vontade de aprender dos habitantes que participam ativamente de todas as atividades realizadas pela iniciativa.

Quer ver uma iniciativa bacana do seu curso divulgada na página oficial da UFMA? Envie informações à Ascom por email ufmaemdia@gmail.com ou telefone (99)3529-6002

Lugar: Imperatriz
Texto: Aleilton Santos
Última alteração em: 23/08/2017 11:00