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Estudante de Psicologia analisa como a mídia trabalha o tema violência contra a mulher

Publicado em: 22/09/2018

SÃO LUÍS – Há 12 anos, a Lei Maria da Penha entrava em vigor. Sancionada no dia 7 de agosto de 2006, a Lei nº 11.340 passou a valer 45 dias após sua publicação com o objetivo de aumentar o rigor da pena para crimes domésticos e, dessa forma, combater a violência contra a mulher. No entanto, uma década depois, o Brasil ainda possui a quinta maior taxa de feminicídio do mundo. São 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A violência contra a mulher é um fenômeno que, infelizmente, ainda é muito atual, é o que relata a estudante do Curso de Psicologia Paula Kruger, quando, percebendo não o tema “A violência contra a mulher”, mas, sim, o fato como a mídia trabalha o assunto, resolveu desenvolver um trabalho monográfico intitulado “Notícias sobre violência contra a mulher veiculadas na mídia: um estudo baseadoi na Análise do Comportamento”, sob a orientação da professora Maria de Nazaré Pereira da Costa.

Nesse contexto, ela resolveu trabalhar na perspectiva da Ciência do Comportamento para trazer uma compreensão que agregasse a discussão de "cultura versus mídia versus violência" contra a mulher. Para isso, como objeto de estudo, ela analisou o portal de notícias G1 e, ao longo de 72 páginas de monografia, fez uma análise comportamental do fenômeno da violência contra a mulher. O objetivo principal do estudo foi caracterizar as notícias, trazendo os motivos alegados para a violência contra a mulher, bem com a descrição e classificação da resposta do agressor.

O trabalho concluiu que a forma como as matérias são veiculadas caracterizam a violência contra a mulher como um fenômeno de causa e efeito ao tratar os casos na perspectiva de “o homem foi agressivo porque a mulher teve determinada atitude”.

Para explicar a forma como a mídia trabalha a notícia, a jornalista e professora do departamento de Comunicação Social da UFMA Li Chang diz que os veículos de comunicação tratam do caso remetendo à própria abordagem do tema.

“A questão do enquadramento de temas sociais nas notícias nunca deixa de ser importante. Vale lembrar que a violência contra a mulher é uma pauta social, mas na mídia aparece como pauta policial. Por isso o jornalismo não consegue, na prática do dia a dia, fazer essa inversão: sair das páginas de polícia para uma abordagem social do problema”, analisou.

No trabalho, Paula explicou que, enquanto agência controladora, a imprensa tem o poder de influenciar comportamentos divulgando informações sobre o que acontece no mundo. “Com base nas informações veiculadas pelas notícias, conhecimentos são socialmente construídos, e novos padrões são aprendidos. Assim, regras sociais presentes em afirmações como ‘se não for minha, então não será de mais ninguém’ e ‘se ela me traiu, então merece apanhar’ são internalizados”, declarou Kruger.

É por isso que Li Chang ressalta que no jornalismo existe uma linguagem, uma ética e sua própria forma de fazer, e qualquer mudança no conteúdo das notícias não é simples de ser adotada. “As pressões dentro de uma redação só são compreensíveis para quem frequenta esse ambiente. Dentro dessas limitações, é mais fácil mudar o jornalista que o jornalismo, eis o papel dos cursos de comunicação, que devem mudar o foco de formar técnicos de processamento da notícia, como se tem hoje, para formar intelectuais da informação”, concluiu.

Segundo Paula, os resultados do trabalho que ela realizou apontaram os efeitos negativos de como a mídia trabalha a notícia, podendo até perpetuar padrões comportamentais. “Acredito que o meu trabalho pôde contribuir com a discussão da violência contra a mulher e o papel da mídia sob uma nova perspectiva, a da Análise do Comportamento, além de trazer novas compreensões para um fenômeno com múltiplas facetas, o que é importante tanto para entender o que acontece, como também pra elaborar novas maneiras de manejar essas situações”, afirmou.

 


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Produção: Larissa Viveiros
Revisão: Jáder Cavalcante

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Suellen Sullivan
Última alteração em: 21/09/2018 15:46

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