UFMA

SÃO LUÍS – Foi realizado nesta terça-feira, 30, no Auditório Maáio Meireles do Centro de Ciências Humanas da UFMA, o I Colóquio de Filosofia da Cultura. O evento é organizado por alunos do curso de Filosofia para mostrar à comunidade acadêmica um pouco de suas produções, com o incentivo dos professores.

De acordo com o coordenador discente do evento, Jaime Sousa, o importante é permitir a si mesmo aprender um pouco mais, onde o conhecimento está entremeado entre várias áreas. “O evento foi uma possibilidade que visualizamos de mostrar à comunidade acadêmica um pouco das nossas discussões e colocar esse conhecimento para circular e entrar em contato com outras pessoas de forma que elas contribuam para as discussões sobre a Psicanálise, Filosofia Contemporânea, tecnologia e homofobia”, contou. Para ele, quando esse conhecimento se permite circular no meio em que as pessoas possam dar suas opiniões, ele reverbera e cresce.

A professora da Delegação Maranhense da Escola de Psicanálise, Tereza Braúna Lima, que participou de uma mesa-redonda e falou da Psicanálise e Contemporaneidade, de orientação lacaniana, acredita que, se hoje o Édipo ainda funciona, sua abrangência de leitura do fenômeno humano é mais restrita e, em decorrência disso, uma clínica nele centrado também será. Por isso necessitamos de uma clínica além do Édipo.

Lima analisa que, “vivemos numa sociedade pós-edípica, no sentido que não temos mais uma referência do pai, do chefe, e a verticalização não existe mais. Os tempos e os sintomas são outros, e justamente Lacan na releitura de Freud mostra como entender melhor essa clínica do sujeito pós-moderno, que vive no excesso, sem limites, cujo significante desse sujeito extrapola uma sociedade de valores verticais”.

Já para a professora do Departamento de Filosofia da UFMA, Thais Morais, a psicanálise está junto com o tempo dela, ou seja, o inconsciente evolui na história, então não é o mesmo da época de Freud há duzentos anos. “Nós temos que acompanhar esses novos tempos, novas formações e configurações familiares e novos sofrimentos, e os novos sintomas, como as anorexias, as bulimias, as toxicomanias e outras doenças que não existiam no passado, mas que desafia o psicanalista da atualidade a ter resposta a essa nova subjetividade que surge aí no século XXI”, explicou.

Para a aluna do curso de Psicologia, Nadia Freitas, é importante que as pessoas procurem analistas para falar sobre o que está acontecendo com elas, porque ajudam o paciente a aprender e a conviver com os sintomas de outra forma. “Os sintomas não são elimináveis, eles vão permanecer lá, só que a pessoa não vai mais sofrer com aquilo, mas sim aprende a conviver. Ela ajuda a pessoa a ser capaz de transformar a angústia imobilizadora em criativa e a rigidez em flexibilidade”, enfatizou.

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Produção: Rosana de Oliveira
Revisão: Patrícia Santos

Lugar: Cidade Universitária Dom Delgado
Texto: Deolindo Deolino
Última alteração em: 01/09/2016 11:24