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Seminário em Pinheiro discute a atuação do Programa Mais Médicos

Publicado em: 29/10/2014

PINHEIRO - Desde que o Projeto Mais Médicos para o Brasil foi implementado, por meio da portaria Interministerial Nº 1.369, de 8 de julho de 2013, muitas dúvidas e questionamentos foram surgindo, à medida que médicos estrangeiros, em sua maioria oriundos de Cuba, chegavam no território brasileiro. Para elucidar essas questões, a Universidade Federal do Maranhão em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Pinheiro, realiza até amanhã (30), o I Seminário de Integração Ensino, Serviço e Comunidade, com o intuito de ilustrar aos acadêmicos de Medicina da UFMA de Pinheiro, aos agentes de saúde, profissionais da área, docentes e à sociedade informações que expliquem a relevância do Projeto Mais Médicos, integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS), para o País.

A mesa-redonda intitulada Os novos caminhos do SUS – Programa Mais Médicos e PROVAB: A experiência da Região Nordeste, tratou de esclarecer a finalidade do programa, destacando seus pontos positivos e benefícios alcançados. A palestra foi ministrada pelo Colaborador FioCruz-UnASUS, coordenador do Programa Mais Médicos na Região Nordeste, Fábio Abreu e Lima.

Ele enfatizou que o Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde, que prevê mais investimentos em infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde, além de levar mais médicos para regiões onde há escassez e ausência de profissionais. “Com a convocação de médicos para atuar na atenção básica de municípios com maior vulnerabilidade social e Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), o Governo Federal garantirá mais médicos para o Brasil e mais saúde para a sociedade”, explicou.

A iniciativa prevê também a expansão do número de vagas de Medicina e de residência médica, além do aprimoramento da formação médica no Brasil. Hoje, o País possui 1,8 médicos por mil habitantes. Esse índice é menor do que em outros países, como a Argentina (3,2), Uruguai (3,7), Portugal (3,9) e Espanha (4). Além da carência dos profissionais, o Brasil sofre com uma distribuição desigual de médicos nas regiões, de forma que 22 estados possuem número de médicos abaixo da média nacional.

Como esses dados são preocupantes, o Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação, abrirá 11,5 mil vagas nos cursos de Medicina no País até 2017 e 12 mil vagas para formação de especialistas até 2020. Desse total, 2.415 novas vagas de graduação já foram criadas e serão implantadas até o fim de 2014 com foco nas áreas que mais precisam de profissionais e que possuem a estrutura adequada para a formação médica.

Segundo Fábio, atualmente existem aproximadamente 14.200 médicos atuando no Brasil, por meio do programa, sendo que desse total, 1.300, são brasileiros. O projeto é composto por eixos educacionais como o Módulo de acolhimento e avaliação dos médicos que chegam, no qual esses médicos estrangeiros recebem aulas com professores de português e também com médicos brasileiros, onde eles aprendem sobre o sistema de saúde do Brasil e as características próprias da região.

No segundo módulo, os médicos intercambistas participam de uma especialização, a distância, em parceria com a Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UnA-SUS), de forma que ao término da especialização, que possui em média 320 horas, têm que entregar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Já no terceiro módulo, o médico é encaminhado para a região onde há escassez médica e ao ser deslocado para a região, esse intercambista é acompanhado por um tutor local e pela supervisão acadêmica.

“No programa existem mecanismos de ensino-aprendizagem como o Telessaúde, que oferece aos profissionais e trabalhadores das Redes de Atenção à Saúde no SUS, serviços como teleconsultoria, telediagnóstico, tele-educação e segunda opinião formativa. O programa prevê também o Webportifólio, no qual o médico intercambista acessa a plataforma para cadastrar os relatórios, realizar sua auto avaliação, bem com o supervisor acessa o sistema para fazer avaliação do médico”, explicou Fábio frisando que cada médico recebeu um Tablet que possui acesso ao protocolo do Ministério da Saúde, ao caderno de Atenção Básica, entre outros recursos.

PROGRAMA MAIS MÉDICOS

O Programa Mais Médicos é composto por facilitadores que são tutores acadêmicos indicado pelas instituições supervisoras do programa; tutor da especialização, que é o professor contratado pelo curso que vai interagir com os médicos, e o supervisor acadêmico, que são médicos escolhidos para interagir com esses médicos estrangeiros. Todos os participantes do programa recebem uma bolsa, que, o coordenador do Programa Mais Médicos na Região Nordeste, Fábio Abreu e Lima, frisa que não possui vínculo empregatício, ou seja, não é salário e sim uma bolsa extensionista.

O Ministério da Saúde está investindo R$ 15 bilhões até o final de 2014 em infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde. Desses, R$ 2,8 bilhões foram destinados a obras em 16 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) e para a compra de equipamentos para 5 mil unidades; R$ 3,2 bilhões para obras em 818 hospitais e aquisição de equipamentos para 2,5 mil hospitais; além de R$ 1,4 bilhão para obras em 877 Unidades de Pronto Atendimento.

Além disso, estão previstos ainda investimentos pelos Ministérios da Saúde e da Educação. Os recursos novos compreendem R$ 5,5 bilhões para construção de 6 mil UBS e reforma e ampliação de 11,8 mil unidades e para a construção de 225 UPAs e R$ 2 bilhões em 14 hospitais universitários.

Apesar do programa ter sido instituído em julho de 2013, somente em agosto de 2013 o programa foi implantado e, desde então a UFMA começou a fazer parte do Programa Mais Médicos. Segundo a Coordenadora do Curso de Medicina da UFMA, Maria do Carmo, esse seminário de integração ensino, serviço e comunidade foi pensado com o objetivo de aproximar os estudantes da área da saúde, professores, comunidade e profissionais da rede de atenção a saúde, para uma única discussão e entendimento.

“A maior preocupação da UFMA quanto ao Programa Mais Médicos diz respeito à questão de que estamos formando profissionais fora da realidade local, ou seja, formando profissionais sem conhecer o cenário que ele habita, e assim, formando médicos sem conhecimento das necessidades especiais, e que são profissionais que não conhecem o SUS”, relatou Maria do Carmo.

A UFMA aderiu inicialmente à reforma de ensino, a fim de trabalhar na saúde e para a promoção dela. “Para que o curso funcione é preciso que os profissionais da rede básica de saúde conheçam a UFMA e o Curso de Medicina”, destacou Maria do Carmo.

Ela conclui dizendo que o programa mais médicos é uma forma que o Governo Federal encontrou para que as comunidades mais distantes possam ser providas com profissionais da saúde. “Agora, esperamos conseguir melhorar a qualidade desse programa. No Maranhão, há mais de 645 médicos estrangeiros e, atualmente, existem 87 supervisores médicos trabalhando em todos os municípios que possuem o programa Mais Médicos, além de dispormos de seis tutores, que participam desde a formação médica até o provimento de médicos nas áreas desassistidas”, pontuou.

PROGRAMAÇÃO

No período da tarde foi realizada uma roda de conversa intitulada Expansão e interiorização dos Cursos de Medicina: A experiência das novas escolas médicas, que contou com a presença da professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Liliane Pereira Braga, além da participação dos professores Micheline Albuquerque e Andrea Vieira, ambas da UFMA-Pinheiro e das professoras Cláudia Regina Arrais e Walquíria Lemos da UFMA-Imperatriz. Esta conferência foi coordenada pela professora da Universidade Federal de Juiz de Fora, Sandra Terraço Tibiriça.

Neste debate foram apontados as formas de trabalho do Curso de Medicina no interior do Estado, mostrando que é possível fazer um curso com qualidade e da mesma forma que acontecem na capital. Nesse ponto foram mostradas estratégias utilizadas para garantir um bom andamento do curso, já que a expansão do curso de Medicina pelo interior é um projeto inovador.

Na UFRN, por exemplo, Liliane Pereira Braga explicou que foi realizada Experiência vivencial, visitando a Universidade Federal de Roraima, Universidade Estadual de Londrina, Escola Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Faculdade em Recife, que são locais que passam por essa expansão e interiorização do Curso de Medicina. “Realizamos oficinas, cursos, capacitações e pós-graduação como possibilidade real e em curto prazo, além de um mestrado profissional de ensino na saúde para qualificar esse corpo docente”, afirmou.

Todas essas atividades são realizadas com o intuito de expandir o curso de Medicina com qualidade, e uma boa infraestrutura que garanta um ensino-aprendizagem eficaz para estes estudantes. Tanto em Pinheiro, quanto em Imperatriz, está sendo construído um prédio para abrigar o curso, o qual dispõe de laboratórios, auditório, salas de aulas e salas para a coordenação e área administrativa do curso.

No último dia 30, haverá a mesa-redonda Ensino, Serviço e Comunidade: construção sob diversos olhares e uma reunião com a comissão de avaliação e acompanhamento da UFMA/Rede de Saúde de Pinheiro, composta pela Comissão Organizadora do Evento, Docentes do Curso de Medicina - Campus Pinheiro e Representante Discente.


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Revisão: Patricia Santos

Lugar: Pinheiro-MA
Texto: Sansão Hortegal
Última alteração em: 29/10/2014 16:13

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