UFMA

SÃO LUÍS - A arte de escrever e de pensar percorrem os mesmos caminhos. Foi através de uma aliança entre a Literatura e Filosofia que o Departamento de Letras e Filosofia realizaram, nesta segunda-feira (20), o I Simpósio de Literatura e Filosofia, no Auditório Setorial do Centro de Ciências Humanas da Universidade Federal do Maranhão. O evento é uma iniciativa que visa promover os estudos literários com outras áreas de conhecimento, assim como a implantação anual e permanente de tais estudos.

Com a temática “Literatura e Filosofia: transas e trânsitos”,  o encontro teve início com a apresentação da Mesa de abertura, composta pelos professores Wandeilson Miranda e Dino Cavalcante, ambos da UFMA; a acadêmica de Letras, representando o Diretório do curso, Joelma Moreira; e o coordenador do evento, Rafael Quevedo.

Segundo o coordenador do evento, Rafael Quevedo, literatura e filosofia têm uma tradição de proximidade e de distanciamento que é muito longínqua, isto é, desde os filósofos gregos elas já vêm sendo travadas e nunca deixaram de ser discutidas, porém que mudas são as formas de apresentação das perspectivas relacionadas à contemporaneidade. Então, como existe o curso de letras e de filosofia, percebeu-se, que nunca foi organizado um evento em que essas duas áreas do saber estivessem dialogando. Portanto, esse evento vem tentar suprir essa lacuna.

O vento contou com a apresentação do professor e escritor da USP, Juliano Passanha, mediado pelo professor Wandeilson Miranda. Segundo, Wandeilson Miranda, Passanha é autor das obras, como Trilogia do Nunca, Ignorância do Sempre e Certeza do Agora. Nas suas obras apresenta sempre a marca do hibridismo de forma que são compostas por diferentes gêneros como aforismo, poesia em prosa, conto, ensaio, filosófico, auto e “heterotanatografia”, que é a forma estreito de diálogo com a literatura , a filosofia e a psicanálise.

A partir de “Kafka e a Filosofia”, o professor Juliano Passanha falou sobre a literatura distante da competência narratológico e da estetização. No qual chamou a literatura para os autores. Para ele, a literatura vai além, e é uma travessia existencial da positividade reinante, e o fruto desse trajeto é o processo da gnose e da revelação do rosto.

Ele disse também que o Kafka foi uma referência para ele em termos de inspiração e produção científica. Com Kafka, procurou sempre explorar um lugar estranho, que ninguém conhece e que o mundo nunca chegasse para adquirir uma espécie de sossego na alma. E o sossego neste mundo tem haver com demarcar o mundo ou entrar no mundo. Como sendo, um mundo onde algumas pessoas nascem dentro e outros foras.

“Nascer no mundo é criar um mundo dentro de si e poder realizar ou se hospitalizar com o mundo, sem que sinta a necessidade de criar novos 'Pseudoeu', procurando construir uma identidade para permanecer constante no mundo. A loucura é quando não conseguimos sustentar nenhum lugar, porém o nosso mundo fica sempre aberto para se adaptar a outras personalidades. Enquanto que nascer fora é quando não nos identificados com o mundo e tememos o embate do sofrimento, fugimos da realidade e, por sua vez, buscamos nos encarnar na felicidade da falsidade”, disse o professor Juliano Passanha.

Raul Marques, estudante do curso de Filosofia, disse que é muito importante que se realizem eventos com particularidades relevantes como esse, ainda mais com uma dimensão que possibilita pensar antes de escrever, devido essa aliança entre duas disciplinas pertinentes de pesquisa, que, infelizmente, ainda é um diálogo pouco usado e complicado de trabalhar na academia.

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Produção: Letícia Mourão
Revisão: Patricia Santos

Lugar: Cidade Universitária do Bacanga
Texto: Osmilde Miranda
Última alteração em: 22/10/2014 15:33