UFMA

SÃO LUÍS - Em comemoração ao Dia Internacional das Pessoas da Terceira Idade, a Universidade Integrada da Terceira Idade (UNITI) realizou, na manhã desta terça-feira (30), no V Fórum de Extensão da UFMA, a mesa-redonda: 'A Pessoa Idosa na Contemporaneidade', ministrada pelos professores Carmen Maria Andrade (UFSM), Jacira Serra (UFMA) e Paulo Roberto Barbosa Ramos (UFMA).

A mesa teve como base o fenômeno da população brasileira que está envelhecendo e, assim, exigindo mudanças nas questões políticas para que tenham seus direitos e demandas respeitados. Segundo a professora Carmen, a principal preocupação não é a velhice em si, mas o envelhecimento populacional, ou seja, a quantidade de pessoas que estão chegando nessa faixa etária, quanto tempo elas permanecem nela e como a população está se preparando para lidar com essa questão, afinal, os idosos são os que mais demandam serviços da saúde.

“Até 2050, mais de 15 milhões de pessoas da população brasileira vai ter mais que 80 anos e elas necessitam de qualidade de vida suficiente para viver e não ter um prolongamento do sofrimento”, explicou.

Já o professor Paulo Roberto enfatizou que as principais causas desse envelhecimento populacional são a universalização de noções de higiene, aumento do acesso ao saneamento básico e avanços na tecnologia médica, mas ainda é necessário garantir uma condição de vida adequada, que pode ser atendida caso a desigualdade social diminua e as pessoas tenham demandas sociais garantidas.

Durante a mesa-redonda, a professora Carmem enfatizou que, nesse cenário contemporâneo, a maioria dos idosos com mais de 74 anos são do sexo feminino e, a partir desta informação, a professora Jacira frisa que grande parte dos idosos do sexo masculino são mais debilitados que suas esposas e, por necessitarem de cuidados especiais e nem sempre disporem de recursos para contratar um cuidador especializado, a mulher vê-se “obrigada” a cuidar de seu marido integralmente mesmo sem ter os conhecimentos necessários, deixando até de cuidar de si mesma e debilitando-se tanto quanto o companheiro e, com esse desgaste físico, mental, espiritual e emocional, chega a óbito primeiro. “Desse modo, é necessário que sejam criados cursos de cuidadores, capacitação de recursos e estímulos financeiros para quem cuida”, afirmou Jacira.

 

Sobre essa ideia da família cuidar do idoso, mesmo sem as informações necessárias, a aluna da UNITI, Joana Teodora Campos Camara, contou que sempre ficava pensando em quem não pode pagar um cuidador, porque o idoso é como uma criança e precisa de cuidados especiais. “A família do meu ex-sogro passou por uma situação dessa, porque ele, já idoso, só ganhava 700 reais e esse foi o valor que a enfermeira pediu. Então, ou a família pagava a enfermeira ou supria a necessidade dele. Eles optaram por não pagar a enfermeira e hoje faz 15 dias que ele faleceu. Eu gosto muito de assistir seminários por causa desses debates, principalmente quando são em relação a nós, idosos”, concluiu.

 

Saiba +

O projeto Uniti é realizado nas dependências da Universidade Federal do Maranhão e tem como objetivo dar oportunidades as pessoas idosas para o reingresso nos diversos processos de informação continuada. As condições necessárias para o resgate da autoconfiança e da autoestima dessas pessoas acontece a partir de cursos e atividades educacionais, culturas e sociais.

 

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Produção: Marcelo Oliveira
Revisão: Charles Mendes

Lugar: Cidade Universitária Campus do Bacanga
Texto: Aline Acazoubelo
Última alteração em: 01/10/2014 16:53