UFMA

SÃO LUÍS – O professor da Universidade Estadual de Campinas, Pedro Funari, ministrou uma palestra na última segunda-feira, 15, no Auditório Setorial do Centro de Ciências Humanas (CCH). A palestra, intitulada ‘Arqueologia no Brasil: histórias e perspectivas’, foi ministrada na abertura do Seminário do Laboratório de Arqueologia da UFMA, que também inaugura oficialmente as atividades do núcleo.

Durante a sua explanação, Pedro Paulo Funari falou de diferentes perspectivas e de temas mais pesquisados atualmente pelos arqueólogos no Brasil. Nessa perspectiva, o professor destacou a escravidão, que é o grande tema nas pesquisas sobre a afrodescendência, além de outras temáticas, como as mulheres, um dos temas mais pesquisados em destaque e que lideram o ranking de pesquisas no Brasil.

O professor da Unicamp explica que estes temas estão em destaque porque são os que permitem a interação com a sociedade. Para ele, são essas interações que lhes atribui o nome de Arqueologia do Público.

Pedro Funari contou que a democracia e a participação das pessoas, em especial os camponeses e agricultores, são fatores que impulsionam a arqueologia no Brasil. “A arqueologia que temos hoje é o resultado da democratização da sociedade”, analisou o pesquisador da Unicamp.

Na perspectiva da pesquisa e coleta de dados e objetos de análise, o professor da Unicamp contou que muitas pessoas, com falta de conhecimento do vasto campo da arqueologia, acham que arqueólogo é escavador de ossos de animais e pessoas. Ele brincou dizendo que o arqueólogo não escava objeto, e sim escava pessoas. “Quando eu disse que a arqueologia escava pessoas e não objetos, quero dizer que esta é a ciência que vai à busca da história do homem, das suas vivências e, principalmente, a cultura material dos povos, inclusive no presente”, explicou.

Pedro Funari concluiu sua palestra dizendo que a arqueologia no Brasil e na América Latina passou de ser uma disciplina militarista, masculina, imperialista, nacionalista e muitas vezes voltada para a dominação, para ser cada vez mais uma disciplina envolvida com temas sociais, políticos e econômicos, num mundo em que o Brasil vai titular e democratizar a participação das pessoas e da sociedade, o que contribuiu para a legislação de proteção ambiental e cultural, que foi o que permitiu que houvesse a multiplicação de trabalhos de campo em arqueologia.

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Revisão: Charles Mendes

Lugar: Cidade Universitária do Bacanga
Texto: Deolindo Deolino
Última alteração em: 17/09/2014 14:35