UFMA

SÃO LUÍS – O cigarro é uma droga licita de uso popular e comum. Até o início da década de 70, o uso era permissivo e as pessoas tinham uma ideia de que ele era uma coisa boa, além de ser usado como via de aceitação em meios sociais. De lá pra cá foram desenvolvidos vários estudos que mostravam os malefícios que vinham com o consumo do cigarro. Já foram identificadas cerca de quatro mil substâncias que poderiam causar problemas de saúde. Atualmente, já existem mais de 50 doenças que estão diretamente ligadas ao hábito de fumar. Segundo o pneumologista do Hospital Universitário da UFMA, Dr. João Batista, as doenças causadas pelo uso do cigarro acometem todo o local por onde a fumaça é tragada, ou seja, por onde ela passa vias aéreas superiores, laringe, traqueia, boca, língua, além da existência de doenças relacionadas ao tubo digestivo e ao sistema vascular.

No passar desses anos o perfil dos fumantes mudou. As mulheres se tornaram independentes e cresceram exponencialmente como fumantes nos países desenvolvidos. Diversas leis foram criadas para proteger o direito de ir vir dos não fumantes. O pneumologista ressalta um novo tipo de fumante, o comportamental. “Algumas pessoas fumam quando estão estressadas ou quando vão às festas ou em determinados grupos sociais. Esse é o fumante ocasional. Ele também tem o vício, mas não depende da substância química. E ainda precisa de tratamento”, destaca Batista.

Hoje é a segunda data mais importante de combate ao tabagismo, atrás apenas de 31 de maio, dia mundial de prevenção. João Batista conta que é difícil conscientizar as pessoas sobre os malefícios do cigarro. “Quando a gente consegue associar as duas coisas, prevenção e tratamento, a taxa de mortalidade cai absurdamente nas doenças relacionadas ao tabaco. A campanha tem esse intuito, prevenir que as pessoas não comecem a fumar e tratar as que já fumam”, explica o pneumologista.

Vários estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde já demonstraram que para poder ter uma queda na mortalidade das doenças relacionadas ao tabaco, mais importante do que a prevenção para que se evite começar a fumar, é ajudar a pessoa a largar. A principal via para concretização dessa meta é a conscientização, ou seja, informar para a população as substâncias que são cancerígenas, que trazem malefícios e são tragadas no fumo e os prejuízos causados em longo prazo. 

“As pesquisas apontam que 80% dos fumantes têm vontade de parar, só que apenas 3% conseguem”, confirma o pneumologista. Para isso estão sendo desenvolvidas novas maneiras de auxílio para os fumantes interessados em parar. “Nós teremos em breve o Projeto Incipiente de Tabagismo. Nós ainda não temos um ambulatório ativo, mas a nossa perspectiva é que ele comece em setembro. Nós já estamos montando uma equipe e permitindo o acesso às medicações preconizadas pelo programa nacional de tabagismo. Ele segue os padrões dos que já são desenvolvidos em outros Estados. Os fumantes poderão se inscrever e passar por duas triagens, uma médica e a outra não médica, para que sejam formados grupos para o início do tratamento”, alerta.

 

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Produção: Alexssandro Rodrigues
Revisão: Patricia Santos

Lugar: HUUFMA
Texto: Fabiana França
Última alteração em: 01/09/2014 16:26